Apresentação faz parte da programação do FIMA – Festival Interativo de Música e Arquitetura

Um Quarteto de Cordas formado por renomados músicos brasileiros se apresentará nos pilotis doMuseu de Arte Moderna (MAM-Rio)no próximodia 14 de janeiro, integrando a programação doFIMA – Festival Interativo de Música e Arquitetura. Em sua primeira edição, o evento convida o público a viver uma experiência imersiva que une música e arquitetura em construções emblemáticas da cidade do Rio de Janeiro. O concerto do MAM antecipa as comemorações pelo centenário da Semana de Arte Moderna de 22, trazendo no repertório obras que dialogam com o movimento modernista. O FIMA é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Os violinistasDaniel GuedeseRamon Feitosa, o violistaSamuel Passose a violoncelistaLisiane de los Santosformam oQuartetoFIMA, que interpretará o repertório especialmente escolhido para celebrar o MAM e o modernismo na música. “O público terá a oportunidade de ver e ouvir toda a originalidade e a força deste movimento. Partiremos da década 30 até chegarmos à fase desenvolvimentista que se inicia na segunda metade do século XX”, adianta o diretor artístico do evento,Pablo Castellar.

O programa tem início com oQuarteto de Cordas nº 5, deHeitor Villa-Lobos,considerado omaior representante do modernismo nacionalista brasileiro no campo musical. A obra de 1931 marca a virada do compositor a um nacionalismo direto, evidente e espontâneo. Utilizando bastante material folclórico, o compositor denomina esta peça como o primeiro dos quartetos populares, o que revela sua intenção de fazer uma série popular para o gênero, mas que depois foi abandonada.

A apresentação segue com um diálogo entre arquitetura, música e natureza, convidando o público a apreciar o singular jardim tropical de Roberto Burle Marx, através da estrutura de concreto do MAM. E como trilha sonora, mais uma obra de Villa:Melodia Sentimental. Extraída da suíteFloresta do Amazonas, composta originalmente para o filme “Green Mansions”, a canção ganha uma versão reduzida pelo instrumentista Mario Ulloa.

Contrastando com o nacionalismo e a natureza presentes nas peças anteriores, o público ouvirá outro importante representante da música moderna:Hans-Joachim Koellreutter, musicólogo, compositor e professor brasileiro de origem alemã, que trouxe consigo na bagagem a experiência de sua formação europeia. Dele, será executado um trecho daMúsica 1947, obra na qual o silêncio exerce o papel de promover a expectativa e a espera de resoluções que são antes surpreendidas por ataques sonoros em acordes desligados de qualquer temática ou contrapontos. Vazios que fazem parte do todo e que também podem ser percebidos no diálogo do concreto armado com os espaços abertos e vazados da arquitetura do MAM. Um vazio para ser ocupado pelas artes ligadas às técnicas dos novos tempos.

Aluno deKoellreutter, o compositorCésar Guerra-Peixeé o próximo a aparecer no programa, com o primeiro movimento“Cateretê”de seuQuarteto de Cordas nº2. A peça foi escrita em 1958 (ano de finalização do pavilhão de exposições do MAM), com um caráter bastante nacionalista e teve grande importância no processo de nacionalização do artista. Como ele mesmo afirmou, esta seria a “pedra fundamental” de todo o seu direcionamento estético futuro. Um futuro alinhado com a visão de liberdade artística do Museu de Arte Moderna, onde o erudito e o popular se misturam e a arte está em constante transformação.

Fechando o concerto, duas obras deTom Jobim, um arquiteto que largou sua primeira profissão para se dedicar ao piano e à composição, se tornando um ícone da música popular brasileira e representante do período desenvolvimentista do Brasil.Derradeira PrimaveraeSamba do Aviãotambém ganharam arranjos de Mario Ulloa para a formação de quarteto de cordas.

A apresentação musical será intercalada pelos comentários do professor de História da Arte e da Arquitetura da PUC-RIO,João Masao Kamita. Masao é um grande conhecedor da obra de Affonso Eduardo Reidy, arquiteto modernista da geração de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, que concebeu o MAM e foi um dos pioneiros na introdução da arquitetura modernista no Brasil.

Websérie e concertos on-line estão na programação do FIMA DIGITAL:

Em dezembro de 2021, em sua primeira etapa, o Festival Interativo de Música e Arquitetura levou espetáculos a cinco construções icônicas do Rio de Janeiro. Real Gabinete Português de Leitura, Sítio Burle Marx, Parque Lage, Outeiro da Glória e Antiga Sé receberam apresentações de importantes músicos do cenário nacional, acompanhadas de intervenções de renomados historiadores da arte e arquitetos. Os concertos foram gravados em formato tradicional em alta definição, mesclando imagens exclusivas que ilustram os comentários dos palestrantes, e em 360º, ofertando uma experiência interativa e imersiva do público nos espaços onde foram realizadas as apresentações. Esse conteúdo ganhará estreias on-line nos dias 27 de janeiro, 10 e 24 de fevereiro, e 10 e 24 de março.

Além dos concertos, o FIMA também disponibilizará ao público a websérie “Obras em nota”, com conteúdo que aborda curiosidades e informações sobre os programas musicais e os espaços visitados pelo festival. O primeiro episódio desta série será exibido no dia 20 de janeiro e outros quatro episódios serão disponibilizados quinzenalmente, às quintas-feiras (3 e 17 de fevereiro e 3 e 17 de março).

As realizações do FIMA DIGITAL contemplam, também, o lançamento do podcast “Diálogos FIMA”, com músicos e palestrantes. O primeiro episódio será lançado nas plataformas digitais de streaming no dia 17 de janeiro e os outros quatro nos dias 31 de janeiro, 14 e 28 de fevereiro e 14 de março.

Completam as ações paralelas do Festival Interativo de Música e Arquitetura, duas atividades educacionais: Aulas magnas de música gratuitas, presenciais ou remotas, com artistas convidados para o evento e o “FIMA na Escola’’. Esta última, uma ação educacional para alunos da rede pública, com o objetivo de sensibilizar crianças, estimulando novos caminhos de valorização de suas identidades culturais. Tudo isso para que melhor compreendam a importância do patrimônio histórico de sua comunidade.

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