Alex Ferraz

Marcelo Olinto estreia solo inédito “A Construção” no Sesc Copacabana

A construção_Crédito Nil Caniné (3)

Solo “A Construção”, de Franz Kafka, estreia em 9 de outubro no Sesc Copacabana, com Marcelo Olinto e direção de Beto Brown.

Estreia no Sesc Copacabana

O ator Marcelo Olinto estreia, em 9 de outubro, o solo inédito “A Construção”, inspirado na obra de Franz Kafka. A montagem, com direção de Beto Brown e adaptação de Pedro Emanuel, acontece na Sala Multiuso do Sesc Copacabana, com sessões de quinta a domingo, às 19h, até 2 de novembro. O projeto foi contemplado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2024/2025.

Kafka e a metáfora da sobrevivência

Escrita por Kafka seis meses antes de sua morte e publicada postumamente em 1931, a novela inacabada ganha nova vida nos palcos. No espetáculo, Olinto interpreta um mamífero subterrâneo, um texugo que constrói obsessivamente sua toca em busca de proteção. O ambiente claustrofóbico reflete o dilema humano entre a necessidade de abrigo e o medo da morte, em uma metáfora sobre sobrevivência em tempos hostis.

A construção_Crédito Nil Caniné (1)

Reflexão atemporal

A obra, escrita nos anos 1920 em meio à ascensão do fascismo na Europa, dialoga com a atualidade ao expor os perigos da intolerância e da repetição da história em diferentes partes do mundo. Para Marcelo Olinto, o texto evidencia a crítica de Kafka à burguesia e ao individualismo extremo:
Sempre me chamou atenção o fato de esse texto ser uma crítica à burguesia, desse lugar da pessoa nunca querer partilhar e dividir, desse lugar da loucura da pessoa autocentrada”, afirma.

O diretor Beto Brown, que já havia trabalhado com outra obra kafkiana em “Macaco — Relatório a uma academia”, reforça:
Esse burguês da peça é egoísta ao máximo, mas não diria que é um ser infeliz porque ele ama a propriedade dele.”

A construção_Crédito Nil Caniné (2)

Criação cênica e estética

O figurino, desenvolvido por Olinto em parceria com o estilista Almir França, é um terno preto texturizado, remetendo à imagem do animal. A encenação conta ainda com direção de movimento de Lavínia Bizzotto, cenário de Teca Fichinski, trilha sonora original de Mario Olinto e iluminação de Adriana Ortiz, premiada este ano com o Shell de Melhor Iluminação.

Carreira de Marcelo Olinto

Com 43 anos de carreira, Marcelo Olinto é ator, figurinista e produtor, fundador da Cia. dos Atores. Atuou em mais de 40 espetáculos, incluindo “O Bem-Amado”, com Marco Nanini, e “Conselho de Classe”, que lhe rendeu o Prêmio APTR de Melhor Ator. Como figurinista, conquistou seis prêmios, entre eles Shell RJ, Shell SP e APCA. Também assinou figurinos do show “Universo Particular”, de Marisa Monte, e de peças recentes como “Virgínia”, de Claudia Abreu, e “A Falecida”, de Nelson Rodrigues.

Ficha técnica

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