Alex Ferraz

Bloquinhos de MPB se tornam referência de resistência cultural no Carnaval de Rua

Bloquinhos de MPB se tornam referência de resistência cultural no Carnaval de Rua

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Marisa Monte, Alceu Valença, entre muitos outros, são os sons ouvidos pelas multidões nos bloquinhos de rua, preservando a identidade da música nacional

O Carnaval de Rua tem se transformado ao longo dos anos, refletindo não apenas a diversidade musical do Brasil, mas também a luta pela preservação de suas raízes culturais. Entre os ritmos predominantes da folia, os bloquinhos de MPB vêm ganhando espaço e se tornando referência de resistência e valorização da música popular brasileira.

Em diversas capitais do país, blocos como Academia da Berlinda (PE), Bloco do Silva (RJ/SP) e Toca Rauuuul (SP), Ritaleena (SP), arrastam multidões embaladas pelos clássicos de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Alceu Valença, Gal Costa e Novos Baianos, além de abrir espaço para artistas da nova geração da MPB. Segundo a cantora Helena Serena, uma das revelações do gênero, esses blocos desempenham um papel fundamental na preservação e reinvenção da música nacional.

Foto Edson Lopes Jr Bloco do Alceu Valença

“Os bloquinhos de MPB são uma resposta vibrante à hegemonia de outros ritmos que dominam o Carnaval. Eles mostram que a música popular brasileira tem um espaço garantido na festa e que pode se reinventar, dialogando com as novas gerações sem perder sua essência”, comenta Helena.

O fenômeno não se restringe apenas às grandes cidades. Pequenos blocos independentes, organizados por músicos e coletivos culturais, vêm ganhando força e proporcionando um Carnaval alternativo, onde a canção, a poesia e os arranjos sofisticados da MPB se misturam ao calor da folia. “A MPB no Carnaval é uma forma de resistência, um espaço onde a cultura brasileira se fortalece e se renova em meio à festa”, complementa Helena.

A crescente adesão do público a esses blocos demonstra um desejo de pluralidade musical na maior festa popular do Brasil. “O Carnaval é do povo e, por isso, precisa refletir sobre a riqueza da nossa música. Ver milhares de pessoas cantando Chico Buarque, Gil, Marisa Monte e também novos nomes como Tim Bernardes e Céu em pleno bloquinho é uma experiência emocionante e necessária”, conclui Helena.

Com a força dos bloquinhos de MPB, o Carnaval de Rua se firma não apenas como espaço de celebração, mas também como um território de resistência e preservação da cultura nacional, provando que a MPB continua viva e indispensável para a identidade brasileira.

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