Verificar a profundidade da água antes de pular pode evitar acidentes graves e irreversíveis
Verão, calor e férias são a época ideal para aproveitar piscinas, rios e praias. Porém, mergulhar sem os devidos cuidados pode transformar momentos de lazer em situações dramáticas, como lesões graves na coluna vertebral, que muitas vezes deixam sequelas irreversíveis. Dados da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e do Ministério da Saúde mostram que o mergulho em águas rasas passou da 4ª para a 2ª posição entre as principais causas de lesões medulares no Brasil.
Durante o verão, os casos de lesão medular por mergulho aumentam significativamente. Segundo a SBC, cerca de 1.000 casos por ano estão relacionados a mergulhos imprudentes, com 90% das vítimas desenvolvendo paraplegia ou tetraplegia. Um exemplo real é o caso de Elder Souza Santos, que sofreu uma lesão medular ao mergulhar em águas rasas e ficou tetraplégico. Elder compartilha sua história nas redes sociais, alertando sobre os riscos dessa prática.

De acordo com o ortopedista Dr. Juan Aquino, especialista em coluna, a prática de mergulhar de cabeça, especialmente em águas rasas ou locais desconhecidos, pode causar impactos graves na coluna cervical. “O impacto direto no pescoço pode levar a fraturas ou compressões nas vértebras, afetando a medula espinhal e provocando paralisia permanente. Muitos não percebem que o menor erro ao entrar na água pode causar um trauma violento, levando a condições como tetraplegia. Por isso, a prevenção é a melhor forma de proteção.”
Dicas para um mergulho seguro
- Verifique a profundidade: Antes de qualquer mergulho, certifique-se de que a água é suficientemente profunda.
- Evite locais desconhecidos: Não mergulhe em locais onde você não conhece o fundo, como rios ou lagos.
- Entre devagar na água: Comece sempre com os pés, especialmente se não tiver certeza sobre a profundidade.
- Supervisione crianças: Garanta que crianças e adolescentes não realizem saltos arriscados ou sem supervisão.
Dr. Juan também destaca que, em caso de acidente, o socorro correto pode fazer a diferença na gravidade da lesão, “Se houver um acidente, evite movimentar a vítima. Qualquer manobra inadequada pode piorar a lesão. Chame imediatamente o resgate e mantenha a vítima imóvel até que os profissionais cheguem.”
A recuperação de lesões na coluna pode variar bastante e depende do grau de comprometimento da medula espinhal. Segundo o Dr. Juan Aquino, em casos mais leves, onde há apenas uma compressão e nenhum dano irreversível, é possível alcançar bons resultados com o tratamento. “Nessas situações, terapias como fisioterapia intensiva, medicações adequadas e em alguns casos a cirurgia, são capazes de ajudar na recuperação”, explica o especialista.
Já nos casos mais graves, como os que resultam em paraplegia ou tetraplegia, o processo de reabilitação é mais longo e desafiador “ Pacientes com essas condições enfrentam um caminho árduo, com foco em fisioterapia contínua, fortalecimento muscular e adaptação a uma nova rotina de vida. Apesar dos esforços, a recuperação completa da mobilidade ainda é limitada quando há danos severos na medula espinhal”, destaca o ortopedista.
O especialista reforça a importância de adotar precauções antes de entrar na água:
“Mergulhar em locais de profundidade desconhecida ou realizar saltos perigosos são comportamentos de risco que podem resultar em acidentes graves. É fundamental que as pessoas verifiquem a profundidade do local antes de pular na água e evitem brincadeiras arriscadas.”