Neste 13 de outubro, Dia Mundial da Trombose, a Dra. Aline Helena, especialista em cirurgia vascular e formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), ressalta a importância de aumentar a conscientização sobre essa condição grave, que afeta milhares de brasileiros a cada ano
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), de janeiro de 2012 a agosto de 2023, mais de 489 mil pessoas foram internadas no país para tratar a trombose venosa.
“Esse é um número alarmante, que destaca a necessidade urgente de educação e prevenção. Muitas pessoas desconhecem os sintomas e os fatores de risco, o que pode atrasar o diagnóstico e aumentar o risco de complicações graves, como a embolia pulmonar”, alerta Dra. Aline.
O que é trombose?
A trombose ocorre quando há a formação de coágulos de sangue nas veias ou artérias, impedindo a circulação sanguínea adequada. Isso pode causar dor, inchaço e vermelhidão, principalmente nas pernas.
Em casos graves, os coágulos podem se deslocar para o pulmão, provocando uma embolia pulmonar. A condição já afetou celebridades como Serena Williams e Hillary Clinton, chamando a atenção para a gravidade do problema.
Principais sintomas e diagnóstico
Os principais sintomas incluem dor, inchaço e sensação de calor na perna acometida, além de endurecimento e vermelhidão da pele.
O diagnóstico é feito por meio de um ultrassom vascular com Doppler, um exame que analisa o fluxo sanguíneo nas veias e artérias. Dra. Aline ressalta que o diagnóstico precoce é fundamental:
“Perceber sinais de inchaço ou dor persistente nas pernas, especialmente após cirurgias ou longos períodos de inatividade, é um indicativo para buscar avaliação médica imediata. A identificação e o tratamento precoce são essenciais para evitar complicações.”
Prevenção e cuidados
Manter hábitos saudáveis é a chave para prevenir a trombose. Isso inclui praticar atividades físicas regularmente, manter-se hidratado e evitar o sedentarismo.
“Em casos de viagens longas, é importante levantar-se, movimentar as pernas e usar meias de compressão, se necessário”, recomenda Dra. Aline.
Para mulheres que utilizam anticoncepcionais ou estão grávidas, o acompanhamento médico é crucial, já que algumas condições hormonais podem aumentar o risco de trombose.
Importância da conscientização
O Dia Mundial da Trombose é uma oportunidade para discutir e informar a população sobre os riscos dessa doença.
“Muitas pessoas ainda acreditam que a trombose é um problema distante, mas ela pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade ou condição física”, enfatiza a Dra. Aline.
Ela acrescenta que, apesar dos avanços na medicina, a prevenção continua sendo a melhor estratégia. “É fundamental que as pessoas entendam os sinais e saibam como prevenir. Atitudes simples, como manter-se ativo e controlar fatores de risco como tabagismo e obesidade, podem fazer toda a diferença.”
Tratamento e cuidados adequados
O tratamento para trombose geralmente envolve o uso de anticoagulantes para evitar a formação de novos coágulos e tratar os já existentes.
“O tratamento deve ser sempre supervisionado por um especialista. Em casos mais graves, pode ser necessária a cirurgia para a remoção do coágulo”, explica a Dra. Aline.
Ela ainda reforça que, uma vez diagnosticada, é essencial seguir o tratamento à risca e adotar um estilo de vida saudável para evitar recidivas.
Como se prevenir?
A prevenção da trombose começa com a adoção de hábitos saudáveis. Dra. Aline recomenda a prática regular de exercícios, a manutenção de uma dieta equilibrada e o controle de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.
“Além disso, é importante que, em situações de risco, como pós-operatórios ou durante longas viagens, as pessoas sigam as orientações médicas para o uso de medicamentos preventivos ou meias de compressão”, orienta a especialista.
Falar sobre a trombose e seus perigos é um passo importante para salvar vidas. “A conscientização é o primeiro passo para a prevenção. Informar-se sobre os fatores de risco e os sintomas pode ajudar a evitar complicações e garantir um diagnóstico precoce”, conclui a Dra. Aline Helena.
Podcast edinhotaon/ Edno Mariano