Especialistas em educação empresarial e gestão de pessoas afirmam que as empresas precisam adotar práticas para prevenir essa síndrome
O burnout, uma síndrome resultante do estresse crônico no ambiente de trabalho, afeta 30% dos brasileiros, conforme dados recentes da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT). Segundo Leonardo Loureiro, especialista em educação empresarial, é crucial entender que o burnout não é apenas um problema individual, mas um desafio organizacional que precisa ser enfrentado com estratégias estruturadas.
“A principal causa do burnout está associada à pressão excessiva, metas inalcançáveis, falta de reconhecimento e, muitas vezes, à ausência de um ambiente de trabalho saudável”, explica Leonardo Loureiro. Quando esses fatores se combinam, o resultado é um desgaste físico e emocional que compromete tanto a saúde do colaborador quanto a produtividade da empresa. Amanda Carvalhal, empresária especialista em gestão de pessoas e negócios, concorda e acrescenta: “Falar de burnout é falar de uma pessoa extremamente cansada que está em busca de cumprir todas as metas. Isso vai para o corpo porque, muitas vezes, já começa com sintomas físicos e doenças devido ao esgotamento. Inclusive, muitos não sabem, mas existe atestado médico para afastamento por cansaço”, aponta.
Para Leonardo, as empresas precisam adotar práticas que previnam o burnout. “Isso inclui a promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, a revisão das expectativas de desempenho e a criação de uma cultura organizacional que valorize o bem-estar. Investir em programas de desenvolvimento pessoal e profissional, como coaching e mentoring, pode ser uma solução eficaz para preparar líderes e colaboradores para lidar com os desafios diários sem comprometer sua saúde mental”, afirma o especialista em educação empresarial.
Já Amanda acredita que, antes de tudo, entender o problema é a chave para a solução: “Falando disso dentro de uma empresa, por exemplo, o líder precisa entender o motivo do colaborador estar esgotado e dar um suporte emocional, entender se o esgotamento está vindo mais do âmbito pessoal ou profissional, se a empresa está colocando metas excessivas ou inalcançáveis, porque existem, sim, empresas que colocam metas surreais. Entender isso é essencial para tentar ajudar essa pessoa”, diz a empresária.
Além disso, segundo Leonardo, é essencial que a empresa ofereça suporte psicológico e incentive o diálogo aberto sobre o estresse e as demandas do trabalho. “A conscientização e a educação contínua sobre o burnout são fundamentais para identificar os sinais precocemente e agir antes que o problema se agrave” , acrescenta ele. Amanda, que também é psicóloga, segue a mesma linha e defende a ideia de que o tratamento psicoterapêutico é importante: “A pessoa afetada também pode fazer terapia para buscar melhorar na dificuldade de dar limites, entender o que ela quer para a própria vida… E conseguir sustentar, porque a grande dificuldade da vida é a gente conseguir sustentar, principalmente porque, no momento que escolhemos algo, estamos deixando outra para trás”, analisa.
Ou seja, combater o burnout exige um esforço conjunto que envolve líderes, colaboradores e toda a cultura organizacional. “O investimento em educação empresarial e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho saudável não são apenas necessários, mas estratégicos para o sucesso sustentável de qualquer organização”, finaliza Leonardo Loureiro.