A Galeria do Ateliê da Imagem inaugura no dia 13 de abril a exposição O INSTANTE MAIS LONGO da artista Monica Mansur com obras realizadas em filmes de pinhole (mais conhecido como o “buraco da agulha” ou ainda câmera escura) – imagens obtidas em dispositivos que não utilizam lentes. Essas imagens são registradas em material sensibilizado pela luz, como papel fotográfico ou filme. O Ateliê da Imagem fica na Avenida Pasteur 453, Urca (2541-6930). Entrada franca.

Diferente do congelar do instante fotográfico, a câmera captura o exato mais que o instante, aquele instante que é mais longo, o construído pela imagem captada e prolongado no movimento de ir e vir do fotógrafo sujeito. O pinhole captura a imagem inerte, um lampejo, o não movimento, um tipo de ”para sempre”.

O material da mostra:

Cada um dos filmes recebe aproximadamente entre 85 e 80cm x 6cm de imagem original em negativo, posteriormente ampliadas, em tamanhos variados e instaladas de formas diferentes – dispostas em sinuosas superfícies, como um labirinto, em carretéis que desenrolam no seu comprimento, material para vídeos que são QUASE cinema – se mostram ou se ocultam, da mesma maneira que a paisagem se descortina perante o olhar e a câmera da artista.

QUERO FALAR DO QUE ESTÁ E DO QUE NÃO ESTÁ…

Paisagem inventada e infinita, ela é construída pelo ir e vir, pelo passado/presente da presença da luz: resultam faixas de imagem que sugerem um horizonte não linear. O estudo da linearidade – construção deste novo horizonte, imaginário – é feito pelo movimento do olhar e do passear do fotógrafo – ecoa nele como um dos observadores da paisagem, juntamente ao espectador, o caçador das narrativas.

A imagem através do pinhole é quase a captura de um não instante, pois não congela o movimento: não há movimento capturável pelo buraco da agulha, a velocidade necessária é lenta e movimentos são impossíveis.