Alex Ferraz

Saga sci-fi ‘Pharmakon’ vira fenômeno indie no Rio e lota sessões no Estação Botafogo

  Sem patrocínio, saga ‘Pharmakon’, de Angelo Santoro, soma mais de 500 espectadores no Estação Net Botafogo com terror, sci-fi e crítica social.

   

Cinema de guerrilha lota salas em Botafogo

 

  O cinema independente carioca mostra força com a saga Pharmakon, que dribla a falta de patrocínio e vira fenômeno de público no Estação Net Botafogo. A obra reúne terror, ficção científica e crítica social ácida.

 

  Destaque da mostra Cine Tupyfagia, a produção dirigida pelo cineasta e escritor Angelo Santoro já levou mais de 500 espectadores a sessões independentes. O resultado desafia a lógica do mercado indie e reforça a potência do boca a boca.

 

  Além dos números, o impacto aparece na reação do público. Após as sessões, debates acalorados tomam os corredores do cinema, alimentando teorias sobre a trama e expectativa por novos capítulos.

   

Reality show intergaláctico e crítica à moralidade humana

 

  A premissa de Pharmakon é um reality show intergaláctico comandado pelo enigmático apresentador que dá nome à saga, interpretado por Lip D’carli. Ali, comportamentos humanos extremos viram entretenimento para espectadores de outro planeta.

 

  Enquanto o primeiro capítulo se concentrou na dependência, a nova fase mergulha em temas como corrupção e ganância familiar. Dessa forma, a série expõe vícios sociais naturalizados no cotidiano.

 

  Em entrevista, Angelo Santoro explica que a obra questiona a normalização de absurdos humanos na sociedade. A proposta é imaginar como nossos “vizinhos intergalácticos” enxergariam essas condutas.

   

“O filme mostra absurdos humanos muitas vezes normalizados pela repetição na sociedade. Minha visão traz a provocação: como seriam os olhares e as críticas de nossos ‘vizinhos intergalácticos’ diante desses comportamentos? O que me admira é ouvir do público que eles identificam os personagens com alguém de seu próprio convívio social”, afirma o diretor.

   

Estética vintage, fantasia e referências ao cinema clássico

 

  Além do conteúdo, Pharmakon se destaca pela estética vintage e fantasiosa, inspirada em referências do cinema clássico e lúdico. O visual reforça o caráter alegórico da narrativa.

 

  Segundo Santoro, o roteiro pedia uma atmosfera que equilibrasse crítica e fantasia. Assim, a direção de arte e a fotografia ajudam a construir um universo próprio, reconhecível e ao mesmo tempo deslocado da realidade.

 

  Essa combinação estética funciona como filtro para encarar falhas humanas com certa distância poética. O público é convidado a refletir, sem abrir mão da experiência sensorial do cinema de gênero.

   

Força coletiva por trás da saga e elenco numeroso

 

  Angelo Santoro faz questão de destacar o caráter coletivo do projeto. Nos bastidores, nomes como o roteirista e assistente de direção Felippe Napolitano e o diretor de fotografia Marcelo Delfino são apontados como pilares da realização.

 

  A equipe se completa com os assistentes Helen Iris e Alessandro Verás, que participam tanto da construção visual quanto da dinâmica de set. O engajamento do grupo sustenta o formato de “cinema de guerrilha”.

 

  O elenco reúne rostos experientes e novos talentos, criando um painel diverso de interpretações que refletem diferentes tipos sociais. O objetivo é aproximar a ficção do espectador.

   

Elenco mistura experiência e novos nomes

 

  Entre protagonistas e coadjuvantes, a saga Pharmakon conta com Regina Hadjedje, Helen Iris, Max Frederick, Rizia Fernandes, Mirian Muller, Alessandro Verás, Mya Vittori, Lip D’carli, Chris Pietro, Paullo Dourado, Priscila Dias e Alex Lopes.

 

  As participações especiais de Paulo Fernandes e Mariza Maciel ampliam a lista de nomes ligados ao projeto. A construção dos personagens reforça o tom alegórico, mas mantém traços reconhecíveis do cotidiano.

 

  Ao final de cada sessão, uma questão permanece em aberto: até onde o apresentador Pharmakon levará seus participantes em troca de audiência e entretenimento intergaláctico? O público, ao que tudo indica, está disposto a acompanhar essa jornada.

Saga sci-fi ‘Pharmakon’ vira fenômeno indie no Rio e lota sessões no Estação Botafogo
Foto: Divulgação
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