Tendências de marcenaria para 2026 destacam texturas táteis, cores que acalmam e móveis com identidade, segundo a designer Priscila Poli.
A casa como abrigo e cura
Os projetos de marcenaria em 2026 deixam de priorizar apenas estética ou funcionalidade e passam a refletir estados emocionais. A percepção de casa como abrigo ganha força.
Para a designer de interiores Priscila Poli, à frente da Casamar, a casa assume novo papel no cotidiano. Ela se torna pausa, refúgio e lugar de recomposição das energias após dias acelerados.
Essa virada de olhar influencia diretamente materiais, cores e formas. No universo dos móveis planejados, isso significa valorizar texturas, veios aparentes e soluções que convidam ao toque.
Texturas, veios aparentes e design tátil
De acordo com Priscila, tudo passa pelo bem-estar e pelo afeto que a madeira desperta. Além disso, cresce o desejo por ambientes que carreguem histórias reais e identidade.
Os acabamentos em madeiras quentes com veios aparentes voltam ao centro das escolhas. Há um reencontro com o toque e com a sensação física de acolhimento desses tons.
A tendência conversa com o espírito do hygge nórdico, que valoriza aconchego. Móveis que abraçam, superfícies macias e curvas que suavizam volumes ganham destaque nos projetos.
Segundo a designer, o design tátil deixa de ser detalhe estético e se torna requisito. As pessoas querem sentir o móvel, não apenas observá-lo, o que muda o briefing de marcenaria.
Cores que acalmam e fazem a casa respirar
No campo das cores, ganham espaço as paletas que relaxam, conectam e trazem leveza. Assim, a marcenaria se integra à decoração como ferramenta de equilíbrio emocional.
Estão em alta os verdes suaves e tons mint arejados, que se estendem até azuis clarinhos ligados ao frescor. Ao lado deles, a paleta terrosa segue forte e consistente.
Para Priscila, essas tonalidades ajudam a criar conversas mais tranquilas e ambientes acolhedores. Em muitos casos, surgem como pequenos incentivos à interação e sensação de vida na casa.
Essas cores fazem a casa “respirar” de forma mais leve, sobretudo em áreas de convivência. Dessa maneira, cozinhas, salas e espaços de descanso ganham atmosferas mais calmas.
Identidade, memórias e casa com alma
Outra frente importante é a busca por identidade nos projetos. A marcenaria passa a incluir detalhes que evocam raízes, memórias de família e referências pessoais.
O espaço genérico perde lugar para ambientes que contam histórias. Cada peça ganha intenção e propósito, muitas vezes conectados à trajetória dos moradores.
Segundo Priscila, a ideia de “casa com alma” deixa de ser conceito abstrato e vira prática. Painéis que evidenciam a madeira aparente e nichos para objetos afetivos se tornam comuns.
Também crescem as soluções sob medida, pensadas para coleções, lembranças de viagem e símbolos familiares. Assim, a marcenaria funciona como moldura das histórias do morador.
Marcenaria sensorial para 2026
Para a designer, o movimento atual tem menos relação com seguir tendências isoladas. O foco, segundo ela, está na verdade de cada morador e no que faz sentido para a rotina real.
Essa marcenaria de 2026 nasce da soma de materiais sensoriais, cores emocionais e madeira com presença. Histórias pessoais emergem dos objetos e dos móveis escolhidos.
O resultado são espaços que conversam com quem mora, acolhem e, de certa forma, curam. A casa passa a espelhar o interior de cada um e funciona como porto seguro.
Para dias que pedem descanso, conexão e verdade, essa abordagem da marcenaria torna-se central. Dessa forma, o lar reforça seu papel de abrigo físico e emocional em um cotidiano acelerado.


