Produzido por Juma Xipaia e Leonardo DiCaprio, YANUNI é elegível ao Oscar 2026 e vence prêmios em festivais ambientais.
Trajetória premiada e elegibilidade ao Oscar
São Paulo, dezembro de 2025 – O documentário YANUNI, produzido pela líder indígena e ativista ambiental Juma Xipaia e por Leonardo DiCaprio, consolida-se como um dos títulos mais premiados do cinema ambiental contemporâneo. Dirigido por Richard Ladkani, o filme reúne uma série de reconhecimentos em festivais de prestígio ao redor do mundo. Além disso, integra a lista oficial de documentários elegíveis ao Oscar 2026.
A produção, da Malaika Pictures, retrata a luta em defesa da Amazônia, de seus povos e territórios. Assim, YANUNI ganha espaço em premiações dedicadas ao cinema ambiental e de povos originários. O reconhecimento reforça a relevância da narrativa em um cenário global de crise climática.
Festivais internacionais e prêmios conquistados
YANUNI iniciou sua trajetória como filme de encerramento do Tribeca Festival, em Nova York, um dos eventos mais importantes do circuito internacional. Na noite de encerramento, Leonardo DiCaprio, ao lado de Juma Xipaia, destacou em discurso a importância da história contada no documentário. O momento reforçou a dimensão política e ambiental da obra.
Em seguida, o longa foi destaque de encerramento no Montrose LandxSea Environmental Film Festival, na Escócia, onde conquistou o Prêmio do Público. Em Los Angeles, recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Red Nation International Film Festival, principal premiação mundial dedicada ao cinema de Povos Originários e Indígenas. Dessa forma, consolidou seu impacto junto a audiências diversas.
Nos Estados Unidos, YANUNI também foi escolhido como Filme de Abertura do Los Angeles Brazilian Film Festival, reforçando sua presença nas vitrines do cinema ambiental. No Brasil, o documentário venceu o Prêmio do Público de Documentário Internacional na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, um dos eventos audiovisuais mais tradicionais da América Latina.
A luta de Juma Xipaia e Hugo Loss
YANUNI acompanha a trajetória de Juma Xipaia, cacica da aldeia Kaarimã, na Terra Indígena Xipaya, em Altamira (PA). Ao lado do marido, Hugo Loss, agente ambiental e então coordenador de operações de fiscalização do Ibama, ela enfrenta o avanço da mineração e do garimpo ilegal. O filme mostra a defesa dos territórios indígenas, povos e comunidades da Amazônia em meio a constantes ameaças.
Enquanto enfrenta pressões e riscos, Juma vive também a maternidade, evidenciando o custo pessoal da resistência. O documentário combina cenas íntimas e dimensão épica para mostrar a sabedoria e a força da resistência indígena. A trilha sonora conta com a participação das artistas indígenas Katu Mirim e Djuena Tikuna, reforçando a perspectiva dos povos originários.
Quem é Juma Xipaia
Em 2016, aos 24 anos, Juma Xipaia tornou-se a primeira mulher a assumir o cargo de cacique do povo Xipaya, na região do Médio Xingu. Atualmente, é cacica da aldeia Kaarimã, na TI Xipaya, em Altamira (PA). Sua liderança é marcada pela defesa de direitos humanos, ambientais e dos territórios indígenas, com foco na autodeterminação e na resistência contra invasões.
Juma enfrenta grandes projetos de infraestrutura, como a hidrelétrica de Belo Monte, a mineração industrial, como a canadense Belo Sun, e o garimpo ilegal. Ela sobreviveu a seis tentativas de assassinato por enfrentar garimpeiros, grileiros e corporações que ameaçam suas terras ancestrais. Com YANUNI, reforça seu compromisso inabalável com os direitos indígenas e a proteção ambiental, inspirando mudanças no Brasil e no mundo.
Quem é Hugo Loss
Com mais de dez anos de atuação no Ibama, Hugo Loss é agente ambiental, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Antropologia Social pela Universidade de Brasília. Tornou-se referência nacional na fiscalização ambiental na Amazônia, especialmente no combate ao garimpo, invasões e grilagem em terras indígenas. Sua atuação o colocou na linha de frente da proteção da floresta.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, Hugo foi alvo de espionagem ilegal e acabou exonerado do Ibama em abril de 2020, em contexto de perseguição por sua atuação. Em 2023, retornou ao órgão após a mudança de governo. Em YANUNI, sua trajetória se entrelaça à de Juma, evidenciando os riscos enfrentados por defensores ambientais.
Sobre o filme YANUNI
YANUNI apresenta um retrato cinematográfico de Juma Xipaia como liderança indígena na linha de frente da justiça climática. Após sobreviver a várias tentativas de assassinato, ela é nomeada secretária nacional de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas no primeiro Ministério dos Povos Indígenas do Brasil. Enquanto isso, Hugo Loss lidera operações arriscadas contra garimpeiros.
À medida que Juma enfrenta os desafios do poder político e ameaças crescentes, incluindo durante a gravidez, precisa confrontar o impacto pessoal da resistência. Íntimo e épico, o filme constrói uma narrativa sobre amor, coragem e luta urgente pela proteção do planeta. YANUNI foi produzido pela Malaika Pictures em associação com Appian Way, Nia Tero, Age of Union, Tellux Group e com apoio do Instituto Austríaco de Cinema.
