Alex Ferraz

Rio Construção Summit debate futuro da construção no Brasil

Três dias de debates e networking

Depois de três dias de atividades, chegou ao fim a 2ª edição do Rio Construção Summit 2025, o maior encontro da construção na América Latina. O evento, promovido pelo Sinduscon-Rio, reuniu cerca de 10 mil participantes até ontem (26), no Píer Mauá, com 270 especialistas em 72 atividades e mais de 100 horas de debates gratuitos.

Entre os principais temas estiveram produtividade, déficit habitacional, financiamento, licenciamento, qualificação de mão de obra e soluções ESG, diante de um cenário que prevê R$ 189,1 bilhões em investimentos até 2026.

Data centers: nova fronteira de oportunidades

O painel sobre data centers discutiu o impacto da transformação digital. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, afirmou:
“Estávamos em busca de algo que colocasse o Rio disputando a primeira posição com as maiores cidades do mundo. O projeto apresentado pela Elea Data Centers materializou nossas características e diferenciais e, a partir daí, vimos um interesse gigante das grandes empresas de tecnologia”.

Crédito da foto: Above Studios.

O chairman da Elea Data Centers, Alessandro Lombardi, destacou:
“Somente 5% dos data centers planejados para atender à IA foram construídos até agora. O Rio pode ser um motor global dessa mudança, uma das poucas cidades de grande porte preparadas para hospedar esse tipo de infraestrutura”.

Laís Tovar, da Light, lembrou:
“Hoje a Light tem mais de 6 mil quilômetros de rede subterrânea, a maior da América Latina. Temos carga disponível e redundância no sistema, mas projetos dessa escala exigem pensar a distribuição de energia desde a concepção”.

Grandes obras e regulação

O painel sobre grandes obras de infraestrutura ressaltou os avanços do setor. O diretor-presidente da Infra S.A, Jorge Bastos, destacou que o modelo de concessões brasileiro completa 30 anos consolidado como referência mundial e citou o projeto do trem Rio–São Paulo.

O presidente da ABNT, Mario William Esper, anunciou a criação de uma norma nacional para cálculo de emissões de carbono e o lançamento de um projeto de certificação em ESG para micro e pequenas empresas na COP-30.

Novo PAC e integração público-privada

Na mesa sobre o Novo PAC, o secretário especial da Casa Civil, Maurício Muniz, afirmou que o programa “combina o planejamento privado e público do país nos diversos setores de infraestrutura, sendo mais amplo que a infraestrutura econômica, pois inclui também aspectos sociais como educação e saúde”.

O diretor do BNDES, Nelson Barbosa, ressaltou o movimento de “ondas setoriais”, com destaque para a transmissão de energia, armazenamento com baterias e saneamento no Norte e Nordeste. Ele lembrou ainda que o Fundo Clima terá R$ 25 bilhões em 2026 para projetos de adaptação.

Modernização da mineração

O debate sobre o novo Código de Mineração reuniu representantes da Firjan, ANM, Frente Parlamentar da Mineração e Ibram. Henrique Nora Junior defendeu a conciliação entre expansão urbana e pedreiras.

O deputado Arnaldo Jardim ressaltou a necessidade de regras federais claras e combate ao garimpo ilegal. Já o diretor-geral da ANM, Mauro Sousa, lembrou que 65% da CFEM é destinada a municípios mineradores:
“Esse recurso deve ser revertido em educação, saúde e geração de empregos locais”.

Prêmio Firjan de Sustentabilidade 2025

O encerramento foi marcado pela entrega do Prêmio Firjan de Sustentabilidade 2025, no Auditório Invest.Rio, que reconheceu dez empresas fluminenses em sete categorias. Entre as vencedoras estão Merck, Vast Infraestrutura, Porto Sudeste, Reserva, SBM Offshore, Gás Verde – Biometano e Casa da Moeda do Brasil.

Durante a cerimônia, o CEO da Carbon Zero, Carlos Alberto Tavares Ferreira, afirmou:
“Esse prêmio mostra que sustentabilidade, inovação e competitividade podem caminhar juntas, inspirando empresas de todos os setores a se comprometerem com o futuro”.

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