Exposição antológica de Maria Bonomi ocupa o Paço Imperial, no Rio, até 16 de novembro, com mais de 250 obras em homenagem aos 90 anos da artista
Uma celebração à arte e à resistência
De 6 de setembro a 16 de novembro, o Paço Imperial, no Rio de Janeiro, recebe a exposição “Maria Bonomi, a arte de amar, a arte de resistir”, em comemoração aos 90 anos da artista. A mostra apresenta mais de 250 trabalhos, revelando um universo marcado por alegorias, metáforas, vivências pessoais, acontecimentos políticos e manifestações artísticas.
Com curadoria de Paulo Herkenhoff e Maria Helena Peres, a exposição ocupa todo o primeiro andar do espaço e oferece um panorama dos quase 80 anos de produção artística de Maria Bonomi, em diálogo com o cenário cultural brasileiro e internacional.

Diversidade de linguagens
A retrospectiva apresenta desde desenhos e xilogravuras até esculturas, cenários, figurinos e obras de arte pública, ressaltando a poética de Maria Bonomi como um sistema vivo e pulsante, que se renova em diferentes linguagens e contextos.
Desde os primeiros gestos adolescentes até a maturidade de sua criação, a artista se afirma como uma voz inquieta, questionadora e atenta às transformações sociais e culturais.

Arte como posicionamento
Entre os temas abordados na exposição estão o amor, a homoafetividade, a brasilidade, os povos originários, as injustiças sociais e reflexões sobre a Covid-19. A mostra também resgata momentos de forte engajamento político da artista, como sua atuação contra a ditadura militar e obras que se tornaram símbolos de resistência, a exemplo de Balada do terror (1970).
Segundo a curadora Maria Helena Peres, “é uma exposição sincera por apresentar temas polêmicos; transformadora pelas propostas técnicas reinventadas e perturbadoras; e por acontecer sem filtros mercadológicos”.

Arte pública e legado
A mostra também destaca os projetos de arte pública de Maria Bonomi, que a artista define como uma “tatuagem perene da cidade”, em diálogo direto com o cotidiano das pessoas. Obras como o painel Epopeia paulista (2004), na Estação da Luz, em São Paulo, e o Painel Etnias – Do Primeiro e Sempre Brasil, criado a convite de Oscar Niemeyer para o Memorial da América Latina, reafirmam sua visão de coletividade e memória social.
Trajetória internacional
Ao longo de quase oito décadas, Maria Bonomi construiu uma trajetória marcada por grandes prêmios, participação em bienais internacionais e produções que atravessam fronteiras. Trabalhou com mestres como Lívio Abramo, estudou em Nova Iorque, Berlim e Veneza, e levou sua arte para cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York, Veneza, Ljubljana e Beijing.
Reconhecida nacional e internacionalmente, foi condecorada com a Ordem do Rio Branco (2001), a Ordem do Mérito Cultural (2008) e o título de Cidadã Paulistana (2014).
Serviço
Exposição: Maria Bonomi, a arte de amar, a arte de resistir
Abertura: 6 de setembro | Visitação: até 16 de novembro
Local: Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial
Endereço: Praça Quinze de Novembro, 48, Centro, Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2215-2093 / (21) 2215-2622
E-mail: diretoria@pacoimperial.org.br
Dias/Horários: terça a domingo e feriados, das 12h às 18h
Entrada gratuita
Fotos VERA DONATO