Alex Ferraz

FLIP amplia inclusão com medidas acessíveis e pioneiras

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A Festa Literária Internacional de Paraty aposta na acessibilidade para garantir participação de pessoas com e sem deficiência em todas as suas atividades

A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) reforça, em sua 23ª edição, o compromisso com a acessibilidade e a inclusão, garantindo que pessoas com e sem deficiência possam participar plenamente das atrações. Com assessoria da ONG Mais Diferenças desde 2019, a organização do evento segue ampliando ações que promovem equidade, autonomia e respeito às diversidades.

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Entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, o evento literário mais relevante do país contará com uma série de medidas inclusivas, que vão da infraestrutura física ao conteúdo acessível. Todas as 20 mesas da programação principal terão tradução e interpretação simultânea em Libras, tanto no Auditório Principal quanto na transmissão ao vivo exibida no telão da Praça, aberta ao público. A Flipinha e a Casa Motiva também oferecerão recursos em Libras.

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O planejamento da acessibilidade na FLIP considera dimensões arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais, resultando em um ambiente acolhedor para todos. Os espaços foram adaptados com rampas, passarelas, sanitários acessíveis, assentos reservados, piso tátil, mapas táteis e atendimento prioritário para pessoas com deficiência e autistas. Além disso, haverá audiodescrição ao vivo das mesas principais, feita por uma equipe especializada.

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A formação das equipes de produção e atendimento também foi um ponto-chave da preparação. Elas foram treinadas para acolher o público com diferentes perfis, promovendo uma experiência respeitosa, segura e informada. Para Carla Mauch, coordenadora da Mais Diferenças, “a FLIP é para todas as pessoas”, e o sucesso da inclusão se dá pelo envolvimento interdisciplinar e pela criação de soluções técnicas viáveis.

Um exemplo concreto do impacto dessas ações é a experiência da autista Rebeca Gibrail, de 57 anos. Frequentadora da FLIP desde sua criação, Rebeca relata que só passou a aproveitar o evento de forma completa após as melhorias de acessibilidade sensorial. “Com lugar reservado, ingressos antecipados e menor exposição a estímulos intensos, pude participar com conforto e dentro dos meus limites”, compartilha.

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A acessibilidade cultural também é garantida por lei, segundo a Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015). No entanto, uma pesquisa da Mais Diferenças, feita com pessoas com deficiência em São Paulo, revelou que 80% ainda enfrentam barreiras para participar de eventos culturais. Por outro lado, 93% afirmam desejar maior acesso a essas atividades.

Para Ana Rosa Bordin Rabello, coordenadora de conteúdos acessíveis da ONG, a articulação com grupos locais de pessoas com deficiência fortalece a dimensão comunitária da FLIP. “A Festa inspira outras organizações culturais a repensarem suas práticas e enfrentarem o capacitismo com planejamento e escuta ativa”, ressalta.

A FLIP 2025 reafirma que acessibilidade e diversidade não são apenas compromissos institucionais, mas práticas possíveis quando se prioriza o respeito aos direitos culturais de todos.

Mais informações sobre o evento estão disponíveis em: https://flip.org.br

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