Com 56,1% das empresas brasileiras investindo até 5% do faturamento em marketing digital, ainda há uma lacuna entre presença online e estratégia de verdade
O termo marketing é frequentemente associado apenas à publicidade ou à promoção de produtos. No entanto, ele abrange um conjunto muito mais amplo de estratégias voltadas para compreender e atender às necessidades do consumidor, criando conexões entre empresas e clientes.
Um levantamento da 8D Hubify revelou que 56,1% das empresas brasileiras investem até 5% do faturamento em marketing digital. Mesmo destinando uma parte do orçamento para a área, muitas delas ainda não monitoram indicadores estratégicos que permitam avaliar o real impacto das ações de marketing — o que compromete o uso inteligente desses recursos e dificulta ajustes com base em resultados concretos.
Apesar da sua importância nos negócios, muitos ainda veem o marketing como um custo, e não como um investimento estratégico capaz de impulsionar crescimento, autoridade e fidelização. “Essa visão limitada compromete o posicionamento da marca e sua capacidade de se destacar num cenário cada vez mais digital e competitivo. Isso acontece porque, hoje, o marketing ainda é confundido com fórmulas prontas, frases de efeito ou manipulação de audiência. Mas o verdadeiro marketing é técnico, analítico, empático e estratégico. Ele exige pesquisa, dados, testes e, principalmente, escuta ativa. Marketing bom não grita: escuta. Não manipula: conecta”, afirma o especialista em vendas e CEO da Receita Previsível, Thiago Muniz.
A armadilha do efeito Dunning-Kruger no marketing
Você provavelmente já viu algum vídeo nas redes sociais de alguém vendendo um curso e, só pelo vídeo, percebeu que a pessoa não domina o conteúdo que está tentando ensinar.
O marketing é uma das áreas mais afetadas pelo chamado efeito Dunning-Kruger, fenômeno psicológico que descreve como pessoas com pouco conhecimento acreditam saber mais do que realmente sabem. Com o fácil acesso a ferramentas de automação, redes sociais e inteligência artificial, muitos se autointitulam ‘especialistas em marketing’ após resultados pontuais, mas sem domínio real dos fundamentos da área.
“Pessoas que não têm a habilidade de ter um bom desempenho também não têm capacidade de julgar o próprio desempenho. Elas não conseguem reconhecer o quão incompetentes realmente são”, explica Thomas Schlösser, da Universidade de Colônia — um dos estudiosos do tema.
“Esse fenômeno não se restringe ao marketing, está presente em diversas áreas da comunicação. No entanto, seus impactos podem ser especialmente nocivos, tanto para iniciantes quanto para empresas que contratam profissionais despreparados. Conhecimento técnico não se constrói da noite para o dia. Marketing exige estudo contínuo, leitura de mercado, atualização constante e, acima de tudo, responsabilidade com os dados e com a narrativa construída junto ao consumidor”, completa Thiago.
A inteligência artificial vai dominar o marketing?
O marketing está em constante transformação, refletindo os avanços tecnológicos e as mudanças no comportamento do consumidor. Um estudo do McKinsey Global Institute projeta a criação de cerca de 133 milhões de novos empregos até 2030, muitos deles em áreas ligadas à tecnologia e marketing digital.
Além disso, um estudo da Europol revela que 90% do conteúdo gerado na internet pode ser criado por inteligência artificial até 2026. A pesquisa da Originality.ai mostrou que 57% de tudo o que consumimos na web já é produzido por robôs. Não é apenas uma tendência, é uma avalanche. Mas se todos podem criar conteúdo de forma automática, qual é o real diferencial? A resposta é clara: nenhum.
Para Muniz, com o avanço das IAs generativas, como o ChatGPT, a produção de conteúdo tornou-se uma commodity. Textos genéricos e repetitivos se multiplicam pela internet, perdendo relevância e engajamento. “Nesse cenário de saturação, o diferencial está justamente em produzir conteúdos autênticos, com voz própria, visão crítica e profundidade humana. Profissionais que dominam storytelling, pesquisa e criatividade terão mais espaço, não por competir com a IA, mas por fazer aquilo que ela ainda não consegue: tocar o emocional com singularidade”, analisa.
Carreiras em alta no marketing digital: o que o mercado busca?
À medida que o marketing evolui, surgem novas demandas e especializações. Profissionais capazes de unir análise de dados, criatividade e visão estratégica estão cada vez mais valorizados. Confira abaixo as principais carreiras em ascensão no setor e o que cada uma exige:
- Especialista em SEO (Search Engine Optimization): responsável por otimizar conteúdos e páginas da web para os mecanismos de busca (como o Google), aumentando o tráfego orgânico e a visibilidade digital da marca.
- Gestor de mídias sociais: cuida da presença estratégica da marca nas redes sociais, desde o planejamento de conteúdo até o relacionamento com a audiência. Também analisa métricas de desempenho e adapta campanhas conforme os resultados.
- Analista de dados de marketing: transforma dados brutos de campanhas e canais digitais em insights acionáveis para orientar decisões estratégicas. Atua com BI (Business Intelligence), dashboards e relatórios de performance.
- Especialista em marketing de conteúdo: cria, planeja e distribui conteúdos relevantes e valiosos para atrair e engajar o público, com foco em gerar autoridade e conversão.
- Analista de e-commerce: garante a boa performance de lojas virtuais, desde o cadastro de produtos até a gestão de promoções, UX (experiência do usuário), logística e atendimento. Também monitora indicadores de performance, como taxa de conversão, ticket médio e abandono de carrinho.
- Especialista em IA e análise de dados: aplica modelos de IA para interpretar grandes volumes de dados, prever comportamentos e personalizar estratégias de marketing em tempo real. Atua em sinergia com times de tecnologia, dados e growth.
- Especialista em customer experience (CX): foca em toda a jornada do cliente, identificando pontos de fricção e oportunidades de encantamento. Trabalha com pesquisas de satisfação (como NPS), mapeamento de jornada e estratégias de retenção e fidelização.
- Gerente de influenciadores digitais: seleciona, negocia e coordena parcerias com influenciadores alinhados à identidade da marca. Avalia o perfil, o engajamento e a autenticidade dos criadores de conteúdo, além de mensurar o ROI das campanhas.
- Especialista em automação de marketing: cria fluxos automatizados de nutrição, disparo de e-mails e ações com base no comportamento do usuário. Trabalha com ferramentas como RD Station, HubSpot, ActiveCampaign, entre outras.
- Especialista em realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR): desenvolve experiências imersivas e interativas que aumentam o engajamento do consumidor. Muito procurado por marcas inovadoras no varejo, turismo, moda e entretenimento.
- Especialista em branding: cuida da construção e gestão da marca no longo prazo, garantindo coerência na comunicação visual, verbal e emocional da empresa. Trabalha com posicionamento, propósito, identidade visual e tom de voz.
- Especialista em growth marketing (ou growth hacker): busca acelerar o crescimento de uma empresa com foco em experimentação constante, testes A/B e análise de dados. Atua no funil completo: da aquisição à retenção.
- Planner de mídia digital: responsável por planejar, distribuir e otimizar os investimentos em mídia paga (como Google Ads, Meta Ads e LinkedIn Ads). Calcula orçamentos, segmentações, canais e objetivos. Trabalha lado a lado com os times de performance e criação.
- Especialista em vídeo marketing: cria estratégias audiovisuais para YouTube, redes sociais, cursos, reels e anúncios. Entende a linguagem do vídeo, captação, roteirização e edição, além de técnicas de retenção de audiência.
- UX writer e content designer: focado em textos que guiam a experiência do usuário em produtos digitais, como sites e apps. Cria microtextos (botões, menus, mensagens de erro, etc.) que tornam a navegação mais intuitiva e humana.
- Diretor de Receita: Também conhecido como Chief Revenue Officer, ou CRO, é considerado um dos cargos C-level de uma organização. Este profissional tem um objetivo muito claro: gerar receita para a empresa de forma otimizada e sustentável. Para tanto, é preciso lidar com outros departamentos além do time de vendas, como o marketing e customer service – todos aqueles que possuem contato direto com o cliente.
- Consultor de Marketing: profissional que ajuda empresas a desenvolverem estratégias para atrair, engajar e fidelizar clientes. Ele analisa o mercado, o comportamento do público-alvo e os resultados das ações já realizadas para propor soluções mais eficientes. Seu papel é orientar decisões sobre posicionamento de marca, canais de divulgação, conteúdo, campanhas e investimentos — sempre com foco em melhorar os resultados do negócio.
“O futuro do marketing não está apenas nas ferramentas que usamos, mas na inteligência com que aplicamos cada recurso. A tecnologia é uma aliada poderosa, mas é o olhar humano, estratégico, empático e criativo, que transforma marcas em experiências memoráveis. Profissionais que entendem isso e utilizam a tecnologia como alavanca e não como muleta, estarão sempre um passo à frente”, finaliza Thiago Muniz.
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Receita Previsível
A Receita Previsível é uma Metodologia referência em estratégias de vendas e crescimento escalável para vendas B2B no mundo todo. Criada a partir do Best-seller Predictable Revenue, a bíblia de vendas do vale do Sílicio. Thiago Muniz como CEO no Brasil e Sócio do Aaron Ross e oferece consultoria, treinamentos e cursos que ajudam negócios a estruturarem processos comerciais que tragam receita previsível e escalável. Com uma abordagem baseada em especialização de papéis, processos de vendas e Marketing eficientes e cultura como diferencial competitivo, a Receita Previsível já impactou centenas de empresas como Canon e Sebrae Tocantins, potencializando suas receitas e consolidando sua presença no mercado. Para saber mais, acesse o site Receita Previsível ou LinkedIn.