Novo álbum chega às plataformas em 22 de maio, com dez faixas que exaltam a mulher no samba e contam com a bênção de Zeca.
A cantora Karinah lança nesta quarta-feira, 22 de maio, seu novo álbum “Meu Samba”, distribuído pela Universal Music e com direção artística de Zeca Pagodinho. Com dez faixas inéditas e uma única regravação, o trabalho é uma celebração do samba feminino, da ancestralidade e das experiências que moldaram a artista curitibana de alma carioca.
A relação com Zeca Pagodinho nasceu em 2023, quando Karinah o impressionou em um show da turnê de Alcione. Desde então, a conexão artística evoluiu: Zeca não apenas dirigiu o disco, como cede uma música inédita e participa como intérprete em “Foi um sonho”, parceria com Nelson Rufino. “Foi uma bênção e um presente, como se Beth Carvalho tivesse jogado ele no mundo e agora ele me lançasse também”, diz Karinah, emocionada.

O álbum conta com produção artística de Max Pierre, responsável por mais de 60 milhões de discos vendidos, que ajudou Karinah a encontrar o tom do projeto: entre a potência de Clara Nunes e a verdade de Beth Carvalho. E é nesse espírito que “Meu Samba” nasce, como a síntese mais pessoal e madura da carreira da artista.
A abertura com “Sou do povo” reafirma sua bandeira pelo empoderamento feminino, com versos que exclamam: “Sou do samba, sou do bem, sou mulher”. Já em “Verdade”, sucesso imortalizado por Zeca, Karinah traz um novo olhar feminino, com arranjo ousado de Pretinho da Serrinha, reinventando a base do clássico.
“Luz da saudade”, escrita há 40 anos por Zeca Pagodinho em parceria com Moacyr Luz, foi resgatada do fundo de uma gaveta e entregue a Karinah após um sonho premonitório da cantora. A escolha reforça a espiritualidade e sensibilidade que permeiam todo o disco.
Há ainda espaço para romance e ancestralidade. “Que distância?”, a faixa mais lenta, destaca o lirismo da parceria entre Moacyr Luz e a argentina Cecilia Stanzione. Em “Jandairê – festa de erê”, Karinah reafirma sua ligação com as religiões de matriz africana, pedindo proteção às crianças e cantando com reverência ao candomblé.
O conceito visual do projeto é assinado por Gringo Cardia, com fotos produzidas em carros alegóricos no barracão da Mangueira, escola à qual Karinah é ligada por projetos sociais e afetivos. Cada música ganhou sua própria capa, em um trabalho gráfico que combina arte, espiritualidade e identidade.
Faixas em destaque:
- “Sou do povo” – A força da mulher no samba.
- “Foi um sonho” – Dueto com Zeca, marcada por emoção.
- “Luz da saudade” – Inédita, com letra escrita há 40 anos.
- “Que distância?” – A mais romântica e visceral do álbum.
- “Jandairê – festa de erê” – Exaltação à fé e à ancestralidade afro-brasileira.
“Meu Samba” é o quinto álbum da discografia de Karinah, que inclui trabalhos como “Karinah por elas” (2022) e “Aglomerou” (2023). Aos 44 anos, ela entrega sua obra mais autoral, sob o olhar experiente de um dos maiores nomes do samba. Como diz a última faixa, “Até a próxima vez”, a jornada continua — mas este capítulo, sem dúvida, ficará na memória do samba brasileiro.