Alex Ferraz

O poder da fé ancestral do jogo de búzios

Conhecer a si próprio é uma jornada profunda e transformadora. No caminho da espiritualidade afro-brasileira, o jogo de búzios se apresenta como uma poderosa ferramenta de autoconhecimento. Ao nos sentarmos diante do jogo, abrimos espaço para que os orixás revelem verdades ocultas, potencialidades adormecidas e caminhos que ainda não enxergamos. Descobrir seu orixá de cabeça não é apenas saber o nome de uma divindade que rege sua vida — é compreender a essência que pulsa em seu interior.

O orixá é a força vital que orienta seus passos, inspira suas escolhas e sustenta seu espírito nos momentos de dificuldade. Ao descobrir quem é esse guia espiritual, passamos a entender melhor nossos impulsos, medos, talentos e desejos. Se você é de Iansã, talvez já tenha sentido a tempestade da transformação dentro de si. Se é de Xangô, a justiça e o senso de equilíbrio podem ser traços marcantes. Obaluaiê traz cura e sabedoria, enquanto Oxum desperta sensibilidade e amor-próprio. Cada orixá carrega consigo uma energia única, que vibra em nossa alma e nos conecta com o sagrado.

Motivar-se através do jogo de búzios é reconhecer que há um propósito maior para cada experiência vivida. É perceber que as dificuldades não são castigos, mas lições alinhadas ao seu destino espiritual. O jogo não prevê o futuro como algo fixo, mas orienta caminhos, fortalece decisões e acende a fé. Quando ouvimos o conselho dos orixás, nos sentimos amparados por uma força ancestral que caminha ao nosso lado.

Assim, conhecer-se através dos búzios é um ato de coragem e amor próprio. É dar voz ao divino dentro de si e assumir com consciência a missão que lhe foi confiada nesta vida. O orixá não está fora — ele vibra em você, em cada escolha, em cada passo. E quando você entende isso, encontra motivação para seguir em frente com fé, força e axé.

Sair da versão mobile