Especialistas apontam que inflamações como a pneumonia aumentam o risco de AVC, como o que vitimou o Papa Francisco.
A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, nesta segunda-feira (21), reacendeu o debate médico sobre a relação entre doenças infecciosas graves, como a pneumonia, e eventos neurológicos fatais, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo o Vaticano, o pontífice sofreu um derrame cerebral, seguido de insuficiência cardíaca, falecendo por volta das 7h35 (horário local), após apresentar mal-estar súbito.
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a pneumonia pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica que afeta os vasos sanguíneos e favorece a formação de coágulos, aumentando o risco de um AVC isquêmico. Estudos científicos, como os publicados no Journal of the American Medical Association, apontam que pacientes hospitalizados com pneumonia apresentam risco elevado de sofrer eventos cardiovasculares nas semanas seguintes à internação.

No caso de Francisco, ele passou por cerca de 40 dias de cuidados médicos intensivos, após a evolução de um quadro de bronquite para pneumonia bilateral. Mesmo fragilizado, participou das celebrações da Páscoa, expressando em sua última mensagem pública um pedido de paz.
O AVC ocorre quando o fluxo de sangue é interrompido em partes do cérebro, podendo ser causado por obstrução arterial (isquêmico) ou rompimento vascular (hemorrágico). Os sintomas envolvem fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar, visão turva e confusão mental.
O histórico de saúde do Papa já incluía a remoção de parte de um pulmão na juventude, cirurgias intestinais, e problemas de mobilidade. Mesmo assim, Francisco manteve-se próximo aos fiéis, rompendo protocolos até o fim — como ao escolher repousar fora dos muros do Vaticano, na Basílica de Santa Maria Maggiore. O corpo será levado à Basílica de São Pedro, onde ocorrerão as últimas homenagens.