Alex Ferraz

O sonho americano ainda é possível mesmo com as novas regras de imigração?

Douglas Bubna mostra como estratégia e inovação podem abrir caminhos para empreendedores brasileiros nos Estados Unidos

Para muitos brasileiros, viver nos Estados Unidos representa a chance de recomeçar, empreender e conquistar estabilidade financeira. Mas será que, diante das novas regras de imigração, esse sonho ainda é viável? Douglas Bubna, empresário de 42 anos que há seis anos vive nos EUA, não tem dúvidas: com estratégia e visão, ainda há um oceano de oportunidades a ser explorado.

Nos últimos anos, o governo americano tem adotado mudanças nas políticas de imigração, tornando o processo mais criterioso e exigente. A busca por vistos de trabalho e investimento agora exige um planejamento ainda mais minucioso, e a regularização de imigrantes enfrenta desafios burocráticos. No entanto, a presença brasileira nos Estados Unidos continua crescendo. Atualmente, os EUA concentram a maior comunidade brasileira no exterior, com mais de 2 milhões de imigrantes, segundo levantamento do Ministério das Relações Exteriores. Esse número reflete não apenas o desejo de muitos em buscar uma vida melhor, mas também a resiliência e a capacidade de adaptação dos brasileiros em solo americano.

Foto Divulgação. Reprodução internet

Ex-franqueado da rede iGUi, Bubna chegou a Orlando com a missão de expandir a marca na região. Com seis inaugurações bem-sucedidas, percebeu que o potencial para a implantação de empresas brasileiras nos EUA ia muito além. “Entendi que ajudar negócios a atravessarem fronteiras era um nicho incrível. Foi assim que fundei a Head Oversea, uma incubadora de empresas de diversos setores que ajudo a funcionar nos Estados Unidos, me tornando sócio e desenvolvendo mercados”, explica Bubna, especialista em abertura, implementação e desenvolvimento de negócios.

Foto Divulgação. Reprodução internet

Muitos empreendedores brasileiros ainda veem os Estados Unidos como um território fértil para o crescimento profissional, mas nem sempre sabem por onde começar. O país oferece diferentes modalidades de visto para empresários e investidores, como o E-2, que permite a entrada e permanência legal para quem deseja abrir um negócio ou expandir uma operação já existente. “A regularização é um fator essencial para o sucesso de qualquer empreendimento aqui. Sem uma estrutura jurídica e fiscal adequada, o empresário corre sérios riscos. O segredo é buscar informação e assessoria qualificada”, ressalta Bubna.

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Um dos casos de maior sucesso liderados por Bubna é a Drakkar Boats, marca gaúcha que encontrou no mercado americano o cenário ideal para expandir. “O setor náutico nos EUA movimenta cerca de US$ 22 bilhões por ano só em iates, representando 35% do mercado mundial. A Flórida, especificamente, é um dos maiores polos náuticos do mundo. O potencial era claro”, destaca Bubna.

Com um modelo artesanal e exclusivo, os barcos da Drakkar rapidamente se tornaram objetos de desejo entre consumidores do segmento de luxo. Desde sua chegada aos EUA, em 2023, a empresa já soma mais de 30 embarcações vendidas e um faturamento que ultrapassa os US$ 3 milhões em 2024.

Para Bubna, empreender nos Estados Unidos exige mais do que capital – demanda conhecimento do mercado, um planejamento sólido e parcerias estratégicas. “Não basta trazer um modelo de negócio e simplesmente replicá-lo. É preciso adaptar-se à cultura, às regras e entender o perfil do consumidor americano. Quem faz isso, tem grandes chances de sucesso”, reforça o empresário.

Apesar das mudanças nas regras de imigração, o país continua sendo um dos destinos mais desejados para quem busca crescimento e estabilidade. Histórias como a de Douglas Bubna provam que, com visão estratégica e preparo, o sonho americano continua vivo e ao alcance de quem está disposto a transformar desafios em oportunidades.

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