Sucesso da fusão depende da gestão eficiente da dívida e da superação de desafios operacionais
O mercado aéreo brasileiro pode estar prestes a passar por uma das suas maiores transformações com a fusão entre Gol e Azul, duas das maiores companhias do país, que juntas representam cerca de 60% do mercado doméstico. A junção promete trazer benefícios como maior eficiência operacional, redução de custos e otimização de rotas. No entanto, com o aumento da concentração no setor, surgem preocupações sobre os impactos na concorrência e nos preços das passagens.
Para o analista de mercado e CEO da iHUB Investimentos, Paulo Cunha, a fusão tem o potencial de fortalecer a posição financeira das companhias envolvidas, mas também apresenta riscos. “No curto e médio prazo o mercado deve reagir com volatilidade, com os investidores atentos à integração das duas empresas e aos possíveis impactos no endividamento e na rentabilidade”. Cunha complementa afirmando que o sucesso da fusão vai depender de como os desafios operacionais serão enfrentados, principalmente na gestão da dívida acumulada.
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Impactos no setor e concorrênciaUma fusão entre Gol e Azul tem o potencial de reduzir a concorrência no setor aéreo brasileiro. “Menos concorrentes historicamente resultam em maior poder de precificação”, observa Paulo Cunha. Isso pode levar a um aumento no preço das passagens aéreas, especialmente nas rotas dominadas pelas duas companhias. Contudo, a otimização de custos e a melhoria da eficiência operacional podem ajudar a manter os preços sob controle.
“A fusão pode gerar uma melhor alocação de recursos e maior competitividade, mas ajustes regulatórios e contrapartidas podem ser necessários para preservar a concorrência e garantir que o consumidor não seja prejudicado”, afirma.
Desafios financeiros e de integraçãoO alto endividamento de ambas as empresas é um fator determinante para a fusão. “A necessidade de reestruturação financeira foi um dos principais motivos para essa união”, explica Paulo. O impacto no fluxo de caixa é uma preocupação para os investidores, já que o aumento da dívida consolidada pode afetar a capacidade de pagamento das empresas no curto prazo.
“A chave para o sucesso da fusão é como a nova estrutura irá administrar essa dívida, garantindo que o fluxo de caixa operacional seja suficiente para amortizar os passivos”, afirma Cunha.
As ações dessas empresas são uma boa escolha?
Durante o período de transição da fusão, as ações da Gol e da Azul podem passar por períodos de volatilidade. É esperado que o mercado reaja com otimismo a médio e longo prazo, com a perspectiva de ganhos em eficiência e redução de custos.
Para investidores com perfil de risco mais elevado, pode haver oportunidades no curto prazo, aproveitando a volatilidade do mercado. “Já para aqueles que buscam segurança, é prudente aguardar mais informações sobre o andamento da fusão e os impactos financeiros da integração antes de tomar qualquer decisão de investimento”, finaliza Cunha.
Sobre iHUB Investimentos
A iHUB Investimentos é uma empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP Investimentos. Possui mais de 5,5 mil clientes, somando mais de R$1,8 bilhão em valores investidos sob custódia.