Alex Ferraz

Dólar vai baixar de 5,50?: Especialista analisa cenário econômico global diante da alta do dólar

Por Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Exchange

Sim, pode acontecer. O dólar acumula 12 dias de queda seguidos frente ao real e pode continuar neste ritmo. Houve fatores internos que favoreceram a valorização do real, como o aumento da Selic em 1 p.p, deixando os títulos de renda fixa mais atrativos para investidores estrangeiros. Entretanto, acredito que o principal fator esteja nas ações do início do mandato do governo Trump e a guerra comercial que está sendo travada com México, Canadá e China. 

A alta do dólar afeta toda a cadeia econômica. Em especial, podemos destacar setores da indústria que dependem mais de importação, como eletrônicos, automobilísticos, farmacêuticos e maquinários. 

De certa maneira, estão suscetíveis a oscilação cambial. Quando o dólar sobe, as empresas brasileiras acabam pagando mais caro pelos insumos que são importados, elevando assim o seu custo de produção, que muitas vezes é repassado para o consumidor final. 

Sim, grandes corporações geralmente têm acesso a instrumentos financeiros que as protegem contra oscilações cambiais. Por outro lado, as PMEs frequentemente não dispõem desses recursos e precisam pagar antecipadamente por suas mercadorias antes da chegada ao Brasil.

O Brasil, como um país exportador, pode enfrentar dificuldades relacionadas às exportações de commodities caso a guerra tarifária seja suficiente para desacelerar a economia desses países e afetar a demanda de exportação. Pode gerar também uma nova configuração e reestruturação comercial global e, consequentemente, abrir oportunidade de maior diversificação de parceiros comerciais. 

Trump foi eleito com a promessa de impor tarifas de até 60% sobre produtos da China e de 25% sobre produtos do Canadá e México. Entretanto, na prática, as tarifas foram de 10% para a China e de 25% para o Canadá e México, sendo que, dias depois, foi firmado um acordo que suspendeu temporariamente as tarifas para esses dois últimos países por 30 dias. O impacto acabou sendo o oposto do que o mercado esperava, pois, ao adotar um tom mais moderado, Trump fortaleceu as moedas dos países emergentes.

É provável que sim. Tanto a imposição de taxas como a política anti-imigração são medidas que podem gerar mais inflação nos EUA, levando ao aumento de preço de bens e serviços e mantendo a possibilidade dos juros nos EUA continuar elevados. 

Acredito que as duas pautas que trarão maiores impactos são as novas etapas da Reforma Tributária, que serão enviadas ao congresso para votação como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. E também o arcabouço fiscal, para garantir a estabilidade da dívida, gastos públicos, inflação e desemprego. 

Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Invest – Créditos: Divulgação

Sobre a WIT – Wealth, Investments & Trust

A WIT – Wealth, Investments & Trust – é assessoria, planejamento e execução para cuidar do patrimônio de pessoas, grupos familiares e empresas, de forma integral e sincronizada, apoiada por uma sofisticada estrutura de especialistas e de empresas que atuam de forma independente, porém complementar. O multi family office atua nas áreas de assessoria de investimentos; fundos exclusivos; câmbio e remessas internacionais; serviços financeiros e emissão de dívidas em mercado de capitais; ativos imobiliários e consultoria patrimonial. Atualmente, a empresa está presente em nas capitais de São Paulo e Paraná, em Curitiba, e em cidades do interior paulista: Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Araçatuba, Votuporanga, Jundiaí e Itu.

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