Mina de ouro: especialista explica porque perfis de profissionais individuais têm mais impacto que empresas na plataforma
O LinkedIn deixou de ser apenas uma plataforma de recrutamento e se consolidou como um espaço estratégico para criadores de conteúdo, influenciadores e marcas. Com mais de 75 milhões de usuários no Brasil, a rede agora abriga relatos profissionais, insights de mercado e parcerias estratégicas, ampliando oportunidades além da busca por emprego. Segundo a Hootsuite e We Are Social, postagens autênticas na plataforma geram até 60% mais engajamento do que conteúdos informativos, e 87% dos recrutadores a utilizam para encontrar talentos.
Apesar desse crescimento, 45% dos executivos C-Level no Brasil ainda estão ausentes ou pouco ativos, enquanto nos EUA, a presença de líderes na rede cresceu 35% nos últimos cinco anos, segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP). Isso indica que, enquanto a rede se torna essencial para o posicionamento profissional, o Brasil adota essa tendência de forma mais lenta.
Os influenciadores do LinkedIn surgiram de forma orgânica, compartilhando experiências e dicas de carreira. Diferentemente dos criadores do Instagram e TikTok, esses profissionais apostam em conteúdo educacional e corporativo, ajudando empresas e outros profissionais com informações estratégicas. Casos como o de Jess Ramos, que viralizou com uma postagem sobre trabalho remoto atingindo 5 milhões de visualizações, e Ruben Hassid, que transformou sua presença digital em um negócio lucrativo, mostram como o LinkedIn pode ser uma ferramenta de crescimento e influência.
Para Jéssica Simões, CEO e fundadora da Aster, especialista em Inteligência de carreira e estratégia de conteúdo, o LinkedIn se tornou indispensável para quem deseja ampliar sua influência e credibilidade no mercado. Para ela a plataforma evoluiu de um simples repositório de currículos para uma poderosa ferramenta de estratégia de conteúdo. “Profissionais que compartilham conhecimento de forma autêntica constroem autoridade e desbloqueiam oportunidades vantajosas”, explica.
As empresas também estão aproveitando essa mudança. Segundo um estudo do The Times, postagens feitas por profissionais individuais geram três vezes mais impressões e cinco vezes mais engajamento do que aquelas publicadas por perfis corporativos. Isso fortalece o papel dos funcionários como embaixadores de marca, tornando a comunicação mais humanizada e confiável.
Segundo Jéssica Simões, três fatores impulsionaram essa transformação do LinkedIn: mudanças no algoritmo, que agora prioriza conteúdos autênticos e engajadores; nova geração de usuários, que migrou do TikTok e Instagram para criar conteúdos profissionais; profissionalização do conteúdo, com executivos e líderes investindo em estratégias para gerar autoridade.
A Forbes aponta que empresas que incentivam seus funcionários a produzirem conteúdo no LinkedIn aumentam em 30% o alcance de suas publicações institucionais. Esse cenário mostra que a plataforma se tornou um canal essencial para fortalecer a marca empregadora e a reputação digital das companhias.
Tendências para 2025
Vídeos curtos: O LinkedIn está investindo em formatos semelhantes ao Reels e TikTok, impulsionando o uso de vídeos curtos e dinâmicos para comunicação.
Monetização indireta: Criadores estão gerando receita com cursos, palestras e mentorias. Influenciadores como María Begue lucram com consultorias e treinamentos na plataforma.
Employer branding (marca empregadora) e comunicação executiva: empresas e profissionais de alto escalão investem cada vez mais no fortalecimento de suas marcas e posicionamento digital.
Para Jéssica Simões, quem deseja crescer no mercado precisa entender o poder do LinkedIn. “Estar no LinkedIn não é mais uma opção para quem deseja crescer na carreira. Profissionais e empresas que souberem usar essa influência digital estarão um passo à frente”, explica a especialista.