Marcus Marques explica como aplicar estratégias essenciais para reduzir comportamentos negativos no ambiente de trabalho
Manter uma cultura organizacional saudável é essencial para o sucesso de qualquer empresa. Por outro lado, um dos fatores que mais prejudicam o ambiente de trabalho são os “funcionários tóxicos”, que acabam influenciando negativamente o restante da equipe, comprometendo a produtividade geral e até mesmo a lucratividade do negócio.
Esse cenário tem se agravado nos últimos anos com a ascensão de novas tendências entre profissionais insatisfeitos, como o “revenge quitting” (demissão por vingança). Diferentemente do “quiet quitting” (demissão silenciosa), que é quando o funcionário demonstra falta de interesse, limitando-se a fazer apenas o básico, a “demissão por vingança” diz respeito a atitudes drásticas, com saídas sem aviso prévio e de forma dramática, por exemplo.

Segundo Marcus Marques, referência em gestão empresarial e fundador do Grupo Acelerador, proteger a cultura organizacional, além de ser a solução, é um investimento estratégico. “Funcionários tóxicos não apenas comprometem a harmonia do ambiente de trabalho, como representam um obstáculo ao crescimento da empresa e nas entregas assertivas de trabalho, bem como na satisfação dos clientes, pois as entregas podem perder qualidade. Identificá-los e agir rapidamente é essencial para preservar a saúde da empresa”, afirma.
Como identificar funcionários tóxicos
Comportamentos tóxicos podem aparecer de forma sutil ou mais visível, mas os sinais são evidentes para quem sabe identificar. “Fofocas, falta de comprometimento, desrespeito à liderança e uma atitude consistentemente negativa são sinais claros de que algo não está alinhado aos valores da empresa”, explica o especialista.
De acordo com um estudo da Harvard Business School, o custo de manter esse tipo de funcionário pode ser mais alto do que o valor agregado por um profissional de alto nível. Isso porque o comportamento tóxico gera conflitos e cria desconfiança em todo o time, aumentando a rotatividade dos colaboradores de alto desempenho e as despesas com novos recrutamentos.
Além disso, esses funcionários frequentemente se destacam por prometerem mais do que entregam, evitarem responsabilidades e criarem conflitos internos. “O impacto dessas atitudes vai além das relações interpessoais, elas podem reduzir a eficiência dos demais e prejudicar a reputação da organização”, acrescenta Marques.
Já os colaboradores de alto nível são aqueles que, de fato, colaboram, impulsionando a cultura organizacional, fortalecendo o time e ajudando a empresa a crescer. Diferente dos outros colegas, eles normalmente não se envolvem em fofocas, executam tarefas com eficiência e estão sempre em busca de crescimento. “Eles veem desafios como oportunidades e contribuem para um ambiente de trabalho positivo”, ressalta.
Como proteger a cultura organizacional
Para estimular um ambiente de trabalho positivo, Marques recomenda duas estratégias fundamentais. Primeiramente, é essencial estabelecer valores claros e comunicá-los continuamente. “Os valores constroem a cultura, e a cultura sustenta o time. Uma vez que os valores estão bem definidos, fica fácil identificar quem não se encaixa. A própria cultura vai arrastar o colaborador para fora da empresa”, explica.
Em segundo lugar está a implementação de processos contínuos de avaliação, incluindo feedbacks regulares por parte das lideranças. “Esses momentos permitem identificar comportamentos inadequados antes que eles se tornem problemas maiores. Também é uma oportunidade para reconhecer e valorizar colaboradores de alto nível”, destaca.
Embora seja difícil tomar a decisão de desligar um funcionário tóxico, essa pode ser a melhor atitude tanto para a empresa quanto para o desenvolvimento de talentos. “Esse tipo de colaborador custa caro não apenas em termos financeiros, mas também em termos motivacionais. Quem quer trabalhar em uma empresa que mantém funcionários que não colaboram?”, alerta Marques.
A solução é agir de forma proativa: identificar comportamentos tóxicos rapidamente, buscar soluções por meio de feedbacks e treinamentos, e, se necessário, tomar medidas mais drásticas. “Proteja sua cultura como um dos ativos mais valiosos da sua empresa. Afinal, é ela que constrói os seus resultados. Ela é o principal gestor da sua empresa”, conclui o especialista.