Alex Ferraz

Segunda etapa do SailGP teve time brasileiro em sua melhor posição desde a estreia da competição

Mubadala Brazil SailGP Team garantiu os melhores momentos da equipe da etapa de Auckland, neste fim de semana - crédito: AT Films

Em evidente evolução, Mubadala Brazil SailGP Team proporcionou espetáculo de alto nível ao público presente e garantiu ainda a maior velocidade atingida no primeiro dia de regatas em Auckland, com mais de 87 km/h

Auckland, 19 de janeiro – Foi sob o céu azul e sobre as águas de Waitematā Harbour que aconteceu a segunda etapa da atual temporada do Rolex SailGP Championship 2025 neste fim de semana, em Auckland. A cidade neozelandesa foi palco do ITM New Zealand Sail Grand Prix com regatas emocionantes, repletas de velocidade e manobras ousadas, que proporcionaram um belíssimo espetáculo ao público presente, composto pelos cerca de 25 mil espectadores que lotaram as arquibancadas nos dois dias, ambos com ingressos esgotados. Com um pódio formado por Austrália, Espanha e Grã Bretanha – em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente -, o Mubadala Brazil SailGP Team garantiu em um 5º lugar sua melhor posição em uma corrida desde a estreia da competição, em Dubai, e mostrou que segue se aprimorando e firme em sua campanha – para conquistar não só os melhores resultados, como também a simpatia e torcida do público ao longo da temporada.

O F50 da equipe brasileira alcançou a maior velocidade durante uma das corridas de sábado, superando a marca de 87 km/h – crédito: AT Films

Nosso desempenho nas águas neste fim de semana mostra a evolução do nosso trabalho enquanto time”, declara Martine Grael, bicampeã olímpica e capitã da equipe brasileira, que atingiu ainda a maior velocidade dentre as embarcações de modelo F50 no primeiro dia de regatas em Auckland, chegando a 87,69 km/h. “Estamos mais unidos e em maior sintonia a bordo, o que sem dúvida impacta diretamente na performance. Essa é a primeira temporada do Mubadala Brazil SailGP Team nesta competição, e estou bastante orgulhosa do que estamos construindo juntos e do quanto evoluímos entre a primeira etapa, em Dubai, para esta segunda, em Auckland. O trabalho em equipe não tem outra forma de funcionar: quanto mais convivemos e velejamos lado a lado, melhor funcionamos em conjunto”, completa.

Dos 12 times que participam da atual temporada do SailGP, 11 velejaram neste fim de semana – a equipe da França ficou de fora devido a um problema na vela-asa da embarcação. Para além da 9ª posição no ranking final da etapa de Auckland – seguido por Canadá (10º) e Estados Unidos (11º) -, o time brasileiro teve alguns de seus melhores momentos até então. Nas regatas do primeiro dia, ficou nas 10ª, 9ª e 8ª colocações nas três primeiras corridas, respectivamente. Na quarta e última regata de sábado, o Mubadala Brazil SailGP Team chegou em último após perder o contorno de uma boia. “Tivemos uma aproximação de boia com praticamente cinco barcos juntos, e este foi o momento em que tivemos que jogar pro lado e pensar apenas em evitar a colisão. Nos prejudicou bastante, mas realmente foi a melhor decisão a ser tomada”, relatou a capitã. Contudo, esse contratempo não tira o brilho do desempenho, principalmente levando em consideração que as posições conquistadas foram em cima de equipes experientes como Suíça, Alemanha, Grã Bretanha e Estados Unidos, que ficaram para trás em diferentes corridas do dia.

Martine Grael, capitã do Mubadala Brazil SailGP Team, exaltou a evolução da equipe brasileira entre a primeira e a segunda etapa do Rolex SailGP Championship 2025 – crédito AT Films

Já no domingo, segundo e último dia do ITM New Zealand Sail Grand Prix, o vento mais forte não só encobriu o céu azul com nuvens, como também embalou os 11 catamarãs F50 sobre as águas de Waitematā Harbour. A primeira terminou com o time brasileiro na 7ª colocação – a frente de Canadá, Suíça, Estados Unidos e Dinamarca. Mas foi na segunda regata deste domingo que o Mubadala Brazil SailGP Team conquistou a 5ª posição, seu melhor lugar EM UMA REGATA até o momento, ao ultrapassar novamente as equipes de Canadá, Suíça e Estados Unidos, além de Itália e Alemanha. Já na terceira corrida, o time do Brasil voltou a ocupar o 7º lugar depois de chegar a estar velejando na vice-liderança, deixando para trás Austrália, Estados Unidos, Itália e Canadá.

De fato, tecnicamente, o time apresentou uma boa evolução e já no seu segundo evento em uma liga de altíssimo nível, como o SailGP, chegou mesmo a surpreender os adversários com um segundo lugar geral nos treinos conjuntos de sexta-feira, quando ficou atrás apenas da tricampeã do circuito, a Austrália, após três regatas disputadas. Com as provas valendo no final de semana, o time apresentou os altos e baixos típicos de uma equipe nova, ainda em entrosamento. Mas evoluiu nas largadas, demonstrou velocidades impressionantes – como o recorde geral do sábado –, e andou na frente de equipes tradicionais. A entrada da estrela britânica, timoneiro dos americanos na última America’s Cup, Paul Goodison, como estrategista, surtiu o efeito desejado e o sentimento geral é de que o Brasil será realmente uma das forças da liga no futuro.

Andy Maloney, atleta neozelandês e Flight Controller da equipe brasileira – que até a temporada passada fazia parte do time do seu país -, afirma que contar com o carinho do público foi uma agradável surpresa. “Foi muito bom velejar em casa e seguir fazendo parte do espetáculo que o SailGP proporciona, ainda que em um time diferente neste ano. Pude sentir que não só eu, mas o Mubadala Brazil SailGP Team como um todo foi bem recepcionado pelo público, o que é bastante inspirador. Quem ganha é o esporte”, afirma Maloney.

A próxima etapa do SailGP vai acontecer na cidade de Sidney, na Austrália, nos dias 8 e 9 de fevereiro. E que os bons ventos sigam soprando a favor da vela brasileira.

Resultado final do ITM New Zealand Sail Grand Prix, segunda etapa do Rolex SailGP Championship 2025:

1º – Austrália

2º – Espanha

3º – Grã Bretanha

4º – Nova Zelândia

5º – Dinamarca

6º – Itália

7º – Suíça

8º – Alemanha

9º – Brasil

10º – Canadá

11º – Estados Unidos

Sobre o Mubadala Brazil SailGP Team

O Mubadala Brazil SailGP Team representa o Brasil na elite global da vela como a primeira equipe brasileira a competir no SailGP. Liderada por Martine Grael, a primeira mulher capitã da competição, a equipe conta com o atual campeão da America’s Cup Andy Maloney como Flight Controller e Leigh McMillan como Wing Trimmer, além de Richard Mason como estrategista. Completam o time Marco Grael, irmão de Martine, e Mateus Isaac como Grinders e Kahena Kunze na reserva. O time brasileiro tem como patrocinadores Mubadala (Naming Rights), Banco BRB (Global Partner), OceanPact e Oakberry (Official Partners).

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