O segundo dia do Festival do Rio 2024 teve a estreia de mais um longa-metragem de ficção. “Precisamos falar” foi exibido no Estação Net Botafogo, na noite da última sexta-feira, em sessão com convidados. O evento teve a presença estrelada dos atores Marjorie Estiano e Alexandre Nero, que estão no elenco do filme.

“O Festival do Rio é um símbolo muito importante e necessário. O pessoal carrega o piano há muitos anos. É maravilhoso fazer parte disso”, celebra Nero.

PedroWaddington.e.RebecaDiniz.. FOTO Fabio Cordeiro

O roteiro escrito por Sergio Goldenberg narra a história de dois adolescentes de classe média alta que matam uma mulher ao atearem fogo nela. A partir disso, os pais dos dois começam a ter reações distintas sobre o caso. A trama é baseada no best seller “O Jantar”, do escritor holandês Herman Koch.

“É uma inspiração no livro, mas o filme é muito legítimo e original, uma vez que ele está inserido dentro da nossa sociedade. As famílias morrem de medo de entregar seus filhos para essas instituições de ressocialização”, explica Marjorie, que ainda teve como colegas de elenco nomes como Emílio de Mello, Hermila Guedes, Cauê Campos, entre outros.

Marjorie Estiano.Cred.Fabio Cordeiro

O filme, que tem produção da Conspiração Filmes, é também o primeiro longa de ficção da dupla de diretores Pedro Waddington e Rebeca Diniz. Para Marjorie, foi ainda mais especial participar deste trabalho, já que foi dirigida por eles em algumas temporadas na série médica “Sob pressão”, da TV Globo.

“Nós temos muito afeto pelas pessoas que nos relacionamos. Você passa mais tempo trabalhando do que na sua casa com seu namorado ou com a sua família. Então você desenvolve mesmo laços, tenho muito carinho e admiração pela Rebeca e pelo Pedro, eles estavam muito felizes no set”, recorda a atriz.

Pedro não escondeu mesmo a sua felicidade e também falou sobre a complexidade da situação que o filme traz para a sociedade brasileira, especialmente nos dias de hoje.

“É uma adaptação para um cenário brasileiro, onde a Justiça não funciona e nada funciona. Então o que já era um dilema difícil em um país europeu, aqui no Brasil é mais ainda. Eu acho que pessoas com uma cabeça boa às vezes tomariam as piores decisões também”, pontua ele.

Para Rebeca, a ideia do longa é fazer com que o público saia da sala de cinema refletindo sobre questões éticas. E foi nesta última sexta, com sua primeira exibição, que ela conseguiu ver esse debate começar a ser formado.

“Não tem que pensar assim ou assado com relação ao filme. É para justamente levantar uma questão e as pessoas saírem do cinema com vontade de conversar e saber o que um faria ou não faria diante de certa situação”, conclui ela.

O filme “Precisamos falar” ainda será exibido no festival no próximo sábado, dia 6, às 16h15, no Estação NET 3; e na próxima terça-feira, dia 8, às 18h10, no Cine Santa Teresa.