De tempos em tempos surgem termos que viram moda e representatividade é a palavra da vez,
mas como tudo que é moda, muito se fala, pouco se sabe e quase nada se faz, mas o candidato
a deputado federal analisou este assunto.
Em maio deste ano, em Fortaleza, aconteceu o IV Encontro Internacional sobre os Direitos da
Pessoa com Deficiência, sob o lema Nada sobre nós, sem nós.
Neste evento a questão da representatividade das PcD foi tema central das discussões, no
sentido de que há que se defender vivências e transmitir a realidade de pessoas que
enfrentam, diariamente, desafios e obstáculos.
O candidato á deputado federal Flávio Sant’Anna fez uma análise profunda em seu site sobre
o assunto:
“A representatividade só pode ser plenamente alcançada quando fundamentada e exercida
com competência, habilidade e, principalmente vivência, caso contrário torna-se só mais um
instrumento falacioso na manutenção da pseudodemocracia, a busca pela representatividade
não é só uma luta política e democrática, mas, acima de tudo reconhecimento e reparação de
discriminação histórica.”
Ele ainda complementa que “o fato é que em um país no qual se estima mais de 17 milhões de
pessoas com deficiência, e só 12 representantes na política não legitima a representatividade,
para se discutir e, principalmente deliberar sobre pessoas com deficiência e seus direitos é
imprescindível que estas participem, ninguém pode determinar o que é melhor numa
determinada circunstancia embasado só no que imagina ser, é preciso viver a situação”.
Ainda na análise publicada em seu site o indiaporãense comenta que a empatia e o “se colocar
no lugar do outro” é importante, mas nada pode ser decidido pelos PcDs, sem os mesmos, isso
é indispensável para que eles sejam protagonistas da própria história”.
Porém Flávio comenta que isso não significa abandonar ou ignorar os que abraçam a causa,
significa que a última palavra tem que ser das pessoas com deficiência, pois são elas quem
sabem quais as melhores formas de superar as barreiras que entravam e impossibilitam a
efetiva participação social.
Ainda para o candidato a deputado federal o conceito de representatividade carrega consigo
não só a representação política, mas também os interesses de um determinado grupo,
lembrando que tal grupo se enquadra, justamente, em minoria, não pela quantidade, mas pela
não representação.
Assim sendo numa sociedade na qual cerca de 8,4 % da população é composta por pessoas
que possuem algum tipo de deficiência e só 0,2% destas assumem lugar de luta em busca de
seus direitos, a representatividade se invalida, o que é muito caro para a democracia de uma
nação, já que o governo democrata ideal tem como característica fundamental o
comprometimento frente ao bem estar, indiscriminado, de todos os cidadãos.
“Ambientes mais inclusivos e acessíveis, oportunidades igualitárias, valorização da
competência é desejo de todos e dever do Estado, estamos acostumados a ver a deficiência
como um problema só das pessoas com deficiência, mas a questão é muito mais ampla, a
pluralidade deve ser respeitada em sua raiz, as pessoas com deficiência precisam ser vistas,
antes de tudo como cidadãos que são, caso contrário perpetuaremos a famigerada
desigualdade e discriminação.” Complementa.
Como também reitera Flávio Sant’Anna a cidadania e representatividade andam juntas, e tal
parceria nasce nos direitos estabelecidos por lei e garantidos pela própria Constituição Federal
do Brasil de 1988 que estabelece no seu parágrafo único do seu primeiro artigo que “todo
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta constituição.”
“Representatividade não é só o meio através do qual as minorias sociais elaboram e expressam
suas vontades, necessidades e reivindicações, não é só manifestação política democrática,
representatividade é mais que poder constituído, é a convicção de que pessoas com
deficiências sabem o que é melhor para elas, representatividade é possibilitar que o indivíduo
se enxergue como parte de um todo e mais que isso é a esperança de que por meio da
representatividade a busca pelo tratamento igualitário deixe de ser só um sonho.” Encerra.
Fonte: Jornal Folk Comunicação