Alex Ferraz

A moda e a Covid-19

Suzy Okamoto

O que esperar para o futuro?

O mundo vive um momento delicado. Rotinas domésticas e de trabalho 
foram alteradas em prol da contenção da pandemia. O universo da Moda 
foi o primeiro a dar sinais de mudanças de comportamento. Como 
reinventar-se diante de uma pandemia que hoje nos assola? Como os 
eventos relacionados a este mercado acontecerão? E os desfiles?

Segundo Suzy Okamoto, coordenadora do curso de Tecnologia em Design de 
Moda da FAM (Centro Universitário das Américas) a moda seguirá como 
sempre, como uma bússola do espírito do tempo. Historicamente as 
Guerras e períodos de recessão mudaram nossos hábitos de consumo e com 
a pandemia não será diferente. A grande diferença é que hoje o 
espírito do tempo não fala somente de questões econômicas, mas também 
de questões ambientais e sociais.

O conceito de sustentabilidade deve definitivamente sair da teoria 
para uma prática efetiva: consumo reduzido, rastreamento da cadeia 
produtiva, relações mais afetivas com as roupas que implicam em 
durabilidade e adequação. Um exemplo é a constante veiculação de 
imagens de pessoas vestindo uma roupa mais confortável nas mídias 
sociais.

“Em parte, porque estamos em isolamento social e em outra porque o 
fetiche de um objeto apenas como aparato mercadológico e de ostentação 
não faz mais sentido quando vivemos uma distopia só vista 
anteriormente em filmes de ficção científica. Desafios de 
sobrevivência estão colocados e dizem respeito às estratégias e 
responsabilidades que a indústria da moda assumirá diante da crise”, 
afirma Suzy Okamoto.

A revista Vogue Itália trouxe uma capa branca em abril, muitas marcas 
importantes como a Gucci já anunciaram que farão somente um desfile 
por ano e há uma profusão de desfiles virtuais sem modelos e sem 
passarelas. Há um clima de incerteza, mas quem acolher a incerteza 
escreverá um ponto de inflexão importante na história da moda e da 
cultura.

Sair da versão mobile