A professora e escritora Karine Aragão, lança no dia 05 de novembro de 2016 o romance A Teia dos Sonhos, sob o selo da Editora Muiraquitã, na livraria EdUFF, em Niterói.
A cada dia, adoece-se mais, seja em quantidade, seja em velocidade de perda de qualidade de vida. A ciência evolui na busca de uma melhor saúde física, e vamos vivendo os tempos dos transtornos psicológicos, das angústias cortantes. São dores guardadas que, muitas vezes, escondem-se atrás rostos tristes, ou até da alegria de um perfil falso e apenas aparente. O que acontece em muitas mentes foge a uma regra certeira de causa e consequência.
O traço crescente do gráfico que avalia a correspondência na correlação das palavras adolescente, depressão e ansiedade faz questionar sobre a contrariedade de ser adolescente, de pertencer a uma fase da vida marcada por um processo instável de escolhas e de autoconhecimento, inquestionavelmente, hormonal, e, ao mesmo tempo, ser sufocado por padrões e metas a serem cumpridas, que lhes cobram, muitas vezes, mutilações para caber em uma vida que não é a deles. E, assim, eles vão seguindo, cortando traços de suas personalidades, na eterna busca por serem aceitos.
A Organização Mundial da Saúde chama a atenção para isso ao documentar que, mundialmente, a depressão é a doença mais comum entre os jovens de 10 a 19 anos, sendo a terceira causa de morte desse enorme quantitativo de, aproximadamente, 1,3 milhão de jovens que morrem a cada ano. A depressão fica atrás, apenas, dos acidentes de carro e da Aids. Diante desse caos que pode ser a própria existência, torna-se fundamental inspirá-los a perceberem que a vida é uma narrativa de ganhos e de perdas, de felicidade e de tristeza, de dias mais fáceis e de outros mais difíceis, de variadas cores e formas.
O livro “A Teia dos Sonhos” percorre justamente esse universo de turbilhão de emoções que é a adolescência, ao apresentar uma narrativa em primeira pessoa em que, Júlia, uma menina de 16 anos, numa linguagem tão próxima, que se assemelha a uma confissão, mostra-se diante da experiência do luto de perder a melhor amiga, Laura, que se suicida na noite em que ambas fazem uma tatuagem para comemorar cinco anos de amizade. A vida de Júlia fica de cabeça para baixo. Ora tomada pela tristeza, ora pela raiva por nem desconfiar dos motivos que levaram Laura a tirar a própria vida, Júlia se sente enganada – afinal, percebe que a amizade com Laura não era livre de segredos como ela acreditava. Envolvente e singelo, “A Teia dos Sonhos” fala sobre amizade, juventude, família; sobre a vida e as perdas que acontecem pelo caminho. Mostra que é necessário perdoar e saber deixar algumas coisas para trás, para manter eterno o que realmente importa.