The Biedermeiers lança CD de estreia na Sala Cecília Meireles, sábado, dia 22, ressuscitando instrumentos do século XIX inéditos no país e repertório focado no Romantismo
Com formação única no mundo, duo reúne a guitarra romântica, pouco tocada no Brasil, com o flageolet francês e csakan, instrumentos de sopro sem registros na história da música brasileira
O disco traz no repertório compositores românticos europeus do fim do século XVIII a primeira metade do século XIX. O disco abre com a “Fantasia sobre o hino nacional inglês, Opus 102”, de Ferdinando Carulli para flageolet francês e guitarra romântica. Segue com “Introdução e variações sobre um tema original, Opus 32”, para csakan e guitarra romântica, de Ernest Krähmer. Outra obra para a mesma formação, “Nas asas da canção, Opus 34/2” de Felix Mendelssohn dá sequência ao repertório romântico, com arranjos dentro dos padrões da época, e o flageolet francês volta a dialogar com a guitarra romântica em “6 variações, Opus 81”, de Mauro Giuliani. Na “Introdução e variações sobre um tema de Mozart, Opus 9”, de Fernando Sor, a guitarra romântica de Max Riccio reina absoluta nesta obra solo. Variações sobre a ária “Ontem à noite o primo Miguel esteve aqui”, de Carl Scheindienst, reúne o csakan e a guitarra romântica, encerrando o repertório do disco. Assim, as obras de Krähmer e de Scheindienst ganham, neste disco, a primeira gravação da história com seus instrumentos originais, e é a primeira vez que se grava um flageolet francês original dotado de sistema Boehm – o mesmo das clarinetas atuais.
A influência da música romântica nos séculos XX e XXI foi tão grande que, até os dias de hoje, boa parte dos métodos e escolas utilizados para o aprendizado técnico dos instrumentos ainda pertence ao século XIX. Somente muito recentemente passamos a perceber que os cerca de 200 anos que nos separam do início do Romantismo não poderiam mais ser deixados de lado no que se refere a uma estética que vai desde a concepção acústica dos instrumentos até o seu fraseado musical. De fato, são ainda muito poucos os conjuntos e orquestras que se dedicam à música do século XIX com instrumentos do período e, no entanto, é muito claro percebermos que ao se ouvir ou se tocar um instrumento original daquela época, assim como em todos os outros períodos da história da música ocidental, seu timbre e suas características expressivas são muito peculiares. The Biedermeiersprocura não só reviver essa sonoridade perdida no tempo, como toda a atmosfera de delicadeza, elegância simples e liberdade, tão características da primeira metade do século XIX.
Com distribuição nacional da Tratore, o disco é mais um lançamento da gravadora carioca A CASA Discos, com atuação permanente no cenário da música contemporânea, buscando trazer ao público novidades. “Há uma perspectiva musicológica nesse trabalho. Assim como já lançamos um CD com uma música que nunca tinha sido gravada em 200 anos, trazemos agora esse trabalho do duo The Biedermeiers, que gravam em instrumentos históricos – originais e réplicas – uma música que foi escrita originalmente para eles, mas que normalmente nos chega em instrumentos modernos. Assim, podemos nos transportar ao ambiente do século XIX – assim como eles fazem com seu figurino – e ouvir esta música com a sonoridade que compositores e intérpretes pensaram, tocaram e vivenciaram quando foi criada. Viajemos!”, aponta Sergio Roberto de Oliveira, produtor, compositor e diretor da gravadora.
SERVIÇO:
22/10, sábado – The Biedermeiers lança CD de estréia na Sala Cecília Meireles, dentro da XIII Mostra de Violão Fred Schneiter
Local: Espaço Guiomar Novaes
Horário: 18:30h
Endereço: Largo da Lapa, 47, Centro – Rio de Janeiro
Ingressos: R$10,00
Informações: 21 2332-9223 e 2332-9224
Capacidade: 150 lugares
Faixa etária: livre