Nesta sexta, 22, o Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico, Eletrônicos e Eletrodomésticos do Rio de Janeiro (Simerj) analisou o IPCA-15, divulgado hoje. O estudo mostra que, após a manutenção da taxa básica de juros pelo Banco Central do Brasil esta semana, a prévia do índice que serve como parâmetro para a entidade analisar a evolução dos preços, mostrou que a pressão sobre a inflação continua. Com a divulgação do IPCA-15 deste mês (0,92%), feita pelo IBGE, os especialistas observaram que o percentual ficou quase no teto das previsões do mercado jogando, portanto, ainda mais água fria nas expectativas de melhora na atividade econômica no curto prazo.

“Os grupos “Alimentação e Bebidas” e “Transportes” (gráfico abaixo) seguiram sendo aqueles com maior participação percentual no resultado final. Efeitos climáticos (El Niño) assim como reajustes de transportes são as explicações para este detalhamento ainda insatisfatório”, conta Antônio Florêncio, presidente do Simerj.

O Simerj analisou também o item “Aparelhos Eletrônicos”, onde foi observada uma alta de 0,78%. “Notamos o mesmo percentual para o Brasil e para o Rio depois de resultados negativos para o mesmo mês do ano passado (-1,63% e -1,85% respectivamente). O câmbio e a demanda por impulso influenciada pelas festas de final de ano (décimo terceiro e férias) e o calor (ventiladores, ar condicionado etc), podem explicar estas variações positivas”, conta Florêncio.

A análise do Simerj conclui que a inflação alta é o pior imposto para o consumidor de menor renda. “Principalmente em alimentação e transportes, pois nestes grupos tem um gasto elevado proporcionalmente aos demais custos mensais. Esta perspectiva sobre os preços, aliada ao desemprego, faz com que as previsões para a queda no consumo continuem pressionadas. Assim, nosso discurso sobre a necessidade de cautela para este ano continua, principalmente para os empresários de menor porte para os quais o crédito é ainda mais restrito”, explica.