No Red Carpet do Rio Sem preconceito, no Oi Casa Grande, ontem a noite.
Na noite da ultima terça feira, no teatro Oi Casa Grande, no Leblon aconteceu III Prêmio Rio Sem Preconceito – Criada pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, pasta comandada pelo estilista Carlos Tufvesson e com direção de Guilherme Piva. A cerimonia contou com a apresentação de Gloria Maria e Marcelo Tas, que foi surpreendido com uma premiação e declarou: “O medo é o contrario da coragem, ele não deixa abrir o coração, precisamos ter mais coragem e menos medo”
Com casa lotada, com mais de 600 pessoas, a entrega dos prêmios transcorreu descontraída, o palco recebeu duas revelações da música brasileira, Johnny Hooker, que levantou o publico com suas canções românticas “bregas”, levando um fã, Marcelo Prata, a fazer uma performance na frente do palco, com direito a cara e bocas, sendo claro, ovacionado. Simone Mazzer, também deu canja no palco ao lado de Johnny.
Outro ponto alto ficou por canta do humorista Aloísio de Abreu que fez performance do “Pai Lolo”, que soltou pérolas e prestou homenagem Betty Lago, falecida no domingo. Aliás, a atriz e modelo ganhou na noite, diversas referências carinhosas.
A noite foi de muita emoção, o primeiro homenageado foi o grupo de dança sobre rodas, corpo e movimento, que ao som de muito funk, fizeram apresentadora Gloria Maria refletir: ”Será que vale tanto preconceito?”…
O segundo homenageado foi o pequeno PH, filho do jornalista Gilberto Scofield e Rodrigo Barbosa, o menino encantou a plateia, e um dos pais Gilberto fez uma alusão dizendo: “Quero ver meu filho o próximo “Menino do Tempo”, levando risos á plateia e emocionando Maju que assistia a premiação.
O terceiro premio foi para Kailane Campos, menina que foi vitima de intolerância religiosa, ainda tímida agradeceu a sua avó e ao seu pai de santo Ivanir dos Santos que estava na plateia como convidado ”Se eu respeito a religião de vocês, vocês precisam aceitar o meu Axe”, brandou, levado a avó Kátia Marinho às lágrimas. O quarto premio, fez com que Marcelo Tas, lembrasse dos 30 anos de carreira de Gloria Maria, sendo a primeira negra da televisão brasileira. Maria Julia, mais conhecida como Maju, brincou com o pequeno PH, e agradeceu, dizendo que “o prêmio é uma fonte de gentileza em um mundo que insiste em nos mostrar um mundo hostil”
O quinto premiado, dedicado a Thammy Miranda, foi representado pela amiga, Antônia Fontenelle, Thammy não pode comparecer por ter ficado retida no aeroporto em SP. Seguido da sexta premiação, oferecida à atriz Nathalia Timberg, homenageada por sua participação na novela Babilônia, e representando nada mais nada menos que Fernanda Montenegro. Gritou em alto e bom tom: “Com que direito cospem em nossa Liberdade?”. Lógico, foi ovacionada e uma das aplaudidas da noite. Nathalia lamentou “Fernandona” não está, devido ao aniversário de 50 anos da filha Fernanda Torres.
Já sétimo prêmio, ficou por conta da primeira repórter com Síndrome de Down, Fernanda Honorato, fez Gloria Maria confessar que ficou com inveja, pois Fernanda conseguiu uma coisa que ela com 30 anos de carreira não conseguiu, uma exclusiva com Chico Buarque, levando o público a dar gargalhadas. “Esse prêmio serve de lição do sonho de atravessar Barreiras, e não vou chorar, para não estragar a minha maquiagem.”
Oitavo prêmio, foi oferecido o Dr Drauzio Varella, que se fez presente agradecendo o prêmio, estava em SP a trabalho, mas enviou uma gravação, que foi apresentada em um telão de aproximadamente 5 x 7. Fez um breve discurso e deu um diagnóstico certeiro “uma pessoa faz diferença entre um heterossexual e um homosexual, essa pessoa precisa se tratar, pois ela que não esta legal”. O nono prêmio foi para marca O Boticário, pela propaganda “Toda forma de amor vale a pena”. Depois de muita emoção, uma pausa, para homenagear a atriz e modelo Betty Lago, que participou da ultima campanha feita pela Ceds.
A atleta Lais Souza, que depois de seu acidente, assumiu a sua bissexualidade, foi representado por Bruno Chateaubriand. Decimo primeiro premio foi para escritora Claudia Werneck , mãe de Tata Werneck, que falou direto para autoridades públicas que estavam na plateia “Nossas crianças sofrem, a educação inclusiva não é realidade, preciso falar isso olhando nos seus olhos”…
A advogada Maria Margarida Pressburger, recebeu homenagem, apoiadora da causa, afirmou: Ser a ultima é ratificar tudo que ouvi, e espero que meu neto cresça e me pergunte: Vó, o que é preconceito?
Para finalizar, uma homenagem aos 561 mortos pela homofobia, estatística apresentada pelo grupo gay da Bahia, através das matérias que saíram nos jornais. Enquanto apareciam os nomes das vítimas, o bailarino John Lennon da Silva, fez solo performático com o clássico “A Morte do Cisne”. A noite fechou com show de Tacy Campos, Osmar Silveira Simone Mazzer e Johnny Hooker, onde atacaram com “Malandragem”, pra deleite de Lucinha Araújo, que estava na plateia.
Em tempo: No bienal Prêmio Rio Sem Preconceito, foram 11 premiados por um júri de 26 jornalistas do Brasil e duas homenagens oferecidas pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, órgão da Prefeitura do Rio, comandado há quatro anos e meio pelo estilista Carlos Tufvesson. Suas frases de efeito em entrevistas, acabam virando camisas disputadas pelo povo. Assim foi com “Você não precisa ser gay pra lutar contra a homofobia”, “Não fique calado diante da homofobia” e agora, a do prêmio: “Se um de nós não tem direitos civis, então nenhum de nós tem direitos civis”. Elas foram distribuídas ao final do evento e fizeram enorme sucesso.