Definitivamente, o glamour está deixando Buenos Aires para trás. Depois da saída de Louis Vuitton, Ralph Lauren , Cartier, entre outras, agora chegou a vez de a divisão de luxo da francesa L” Oréal fechar as portas da Maison Lancôme . Segundo o portal de notícias da indústria farmacêutica Pharmabiz, a informação foi confirmada pelo gerente geral da divisão de luxo e da unidade de Cosmética Activa, Valentín González.

Inaugurada em 1997, a Maison Lancôme de Buenos Aires foi a primeira fora de Paris e era considerada um ícone para a companhia. Localizada na famosa Avenida Santa Fé, a marca resistiu à crise de 2001/2, quando o país decretou a moratória da dívida, abandonou o regime da conversibilidade (um dólar valia o mesmo que um peso) e desvalorizou sua moeda. Em 2003, a Maison recebeu uma injeção de recursos.

Naquela ocasião, os grandes nomes mundiais da moda e beleza investiram no luxo na Argentina, animados pela recuperação do país e crescimento médio de 8% anuais da economia. Os negócios começaram a dar sinais de problemas com a inflação de dois dígitos a partir de 2007. Porém, a situação se complicou mesmo no fim de 2011, quando o governo iniciou os férreos controles do câmbio, mediante restrições das importações e das remessas de lucros das empresas, entre outras.

Ao longo dos últimos dois anos e meio, a Avenida Alvear, uma espécie de Quinta Avenida, de Nova York, ou uma Oscar Freire, de São Paulo, perdeu todas as suas grifes importantes.

A Louis Vuitton, por exemplo, fechou as portas em setembro de 2012 e abriu uma loja na uruguaia Punta Del Este, um dos principais destinos dos argentinos nas férias. Um mês antes, a joalheria Cartier, instalada em frente à Vuitton, decidiu fazer o mesmo, assim como a Ralph Lauren , em agosto de 2012.

As primeiras a abandonar a avenida portenha foram a Yves Saint Laurent, que operou no país durante 30 anos, e a Empório Armani.

Todas argumentaram que não podiam manter suas operações sem importar seus produtos. A Argentina endureceu os controles das importações em fevereiro de 2012, com a adoção de um mecanismo de exigência de licenças.


Fonte: Estadão