A expansão da economia do Brasil causa um ciclo virtuoso de aumento de renda e crescimento do consumo interno, que tem mudado radicalmente a feição do país. Porém, estas melhorias estão longe de solucionar questões relacionadas à pobreza e à desigualdade, que distinguem desfavoravelmente o Brasil, quando comparado a países com renda semelhante. É o que mostra o livro Transferências de renda no Brasil, escrito pela economista Sônia Rocha. Nele, a autora aborda a história dos programas de transferências de renda no Brasil, dos anos 70 até hoje.
Sônia apresenta medidas de tamanho, abrangência, focalização e custo desses programas assistenciais no Brasil para embasar a descrição dos fatos e conclusões apresentadas. O livro, dividido em oito capítulos, mostra cronologicamente a evolução desses sistemas no Brasil. Na primeira parte, aborda o contexto e as motivações que levaram o país a implantar esse tipo de programa no âmbito da previdência social.
Em seguida, Sônia fala sobre a criação dos novos programas dos anos 90, que acarretaram na criação do Bolsa-Família, em 2003. A partir daí, a obra descreve a expansão e a consolidação do Bolsa-Família desde então. O livro é concluído com uma discussão sobre os desafios do atual governo em relação à proposta de eliminar a pobreza extrema até o final do seu mandato em 2014.
“Combater a pobreza depende de uma multiplicidade de ações nas áreas de saúde, educação e demais aspectos das condições de vida, que devem operar de forma complementar. A razão de as transferências de renda terem adquirido este caráter de centralidade na política antipobreza foi o seu sucesso”, afirma Sônia.
