A L’Óreal Professionnel, divisão da companhia francesa voltada para salões de beleza, planeja para 2013 o lançamento de uma nova linha de produtos para o público brasileiro das classes C e D. Com o objetivo de atingir os pequenos salões, que hoje representam 89% do mercado nacional, segundo a empresa, a líder mundial em tratamento capilar profissional está implementando um modelo de microdistribuição em comunidades de baixa renda.
“Estamos estudando uma nova gama [de produtos], que deve chegar ao mercado provavelmente em 2013”, adianta o diretor de Desenvolvimento de Mercado da L’Oréal Professionnel, Rodrigo Miranda. A nova linha é parte da estratégia da companhia de expandir a penetração nos chamados salões C/D: “Temos um grande desafio que é conseguir ter uma estratégia completa, que envolve novos canais de distribuição e uma diferenciação de mix com preços mais acessíveis, para conseguir atingir essa importante parcela do consumo de produtos profissionais brasileiros”, diz o executivo.
A linha inédita deverá ser complementar à Matrix, considerada a “mais democrática” dentre as quatro marcas com as quais a empresa atua no Brasil no segmento profissional (além de L’Oréal Professionnel, Kérastase e Redken). Adquirida em 2000 do grupo Bristol-Myers Squibb, esta linha cresceu quase oito vezes nos últimos cinco anos, relata Miranda. Parte desse sucesso se deve a uma nova estratégia de distribuição.
“Estamos formando pessoas dentro das comunidades para serem microdistribuidores da marca”, diz ele, citando vantagens do modelo: por ser da comunidade, o distribuidor conhece os códigos de conduta próprios do local, além disso, o dinheiro e o capital intelectual ficam dentro da própria comunidade. O projeto está sendo implementado inicialmente no Rio de Janeiro e em Recife, mas deverá ser estendido para todo o Brasil.
O segmento profissional é o mais rentável da L’Óreal, representando quase 20% do negócio da empresa no Brasil. O País já é o quinto mercado para esta divisão no mundo. A companhia calcula ter mais de 25% do market share nacional, tendo como principais competidores Wella Professionals,  Itallian Hairtech, Salon Line, Alfaparf, Schwarzkopf e Keune.
Mercado
O segmento de cabelos é o maior da indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC), representando 22,8% do setor, com faturamento ex-factory (livre de impostos sobre vendas) de R$ 6,7 bilhões em 2011. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), os brasileiros consumiram US$ 8,9 bilhões em produtos para cabelo, alta de 13,5% sobre os US$ 7,9 bilhões em 2010.
O setor de HPPC como um todo registrou avanço de 7,9% em 2011, somando R$ 29,4 bilhões em valores ex-factory. A balança comercial no ano ficou levemente negativa, com US$ 754 milhões exportados, ante US$ 880 milhões importados. “Não é um déficit importante. Não sentimos uma invasão dos importados no nosso setor”, afirma o presidente da Abihpec, João Carlos Basilio.
Fonte: DCI