A aquisição da Avon e de seu exército de consultoras criaria uma nova rival para as companhias globais de beleza LOréal e Procter & Gamble, cujo portfólio inclui as marcas Olay e CoverGirl.
As vendas de US$ 4,5 bilhões da Coty em 2011 foram dominadas por perfumes com marcas de celebridades e esmaltes nos Estados Unidos e na Europa, enquanto a receita de US$ 11 bilhões da Avon veio principalmente da comercialização de maquiagem e produtos de cuidados faciais nos mercados emergentes.
Becht sublinhou o quão pouco a Coty sabia da extensão dos problemas da Avon, que incluíam consultoras descontentes, queda nas vendas nos Estados Unidos, problemas de execução de pedidos no Brasil e denúncias de suborno na China sendo investigadas por autoridades americanas.
Ele disse que não seria hostil ao ponto de fazer uma oferta diretamente a investidores, e esnobar o conselho da Avon, porque isso deixaria a Coty sem respostas para questões vitais em relação à empresa. Becht disse que suas suposições poderiam estar milhas distantes da realidade e que é necessária uma auditoria completa.
Becht tornou-se presidente do conselho de administração em novembro, após comandara Reckitt Benckiser. Na semana passada, disse, ao menos 25% das ações da Avon trocaram de mãos, enquanto muitos investidores do varejo e algumas instituições venderam suas ações, fundos de hedge compraram. “Precisamos deixar as coisas se estabelecerem”, afirmou o executivo.
Na sexta-feira, as ações da Avon fecharam cotadas a US$ 23,42, acima dos US$ 23,25 da proposta da Coty, um sinal de que Wall Street espera que a Coty aumente sua oferta ou, o mais improvável, que uma rival faça uma contra-oferta. Becht disse que a Coty estaria disposta a elevar sua oferta hoje.